Gerir a admiração. Admiro algumas pessoas e poucas sabem lidar com isso. A admiração não cessa, mas perde fulgor.
A admiração nunca implicou subserviência.
12.06.2012
12.03.2012
Uma razão para ser cobarde
Racionalizar (nem me refiro ao mecanismo de defesa) não é a melhor saída. É a psicologia quem o defende. Por várias razões, sendo que redundando todas as razões numa, talvez "humanidade" seja a mais justa. Uma máquina pode contar e fazer estatísticas, conferir dados, apontar caminhos de sucesso, avaliar decisões certas na carreira. Quem chatear, quem não importunar, que botas lamber, são na sua essência, comportamentos maquinais dependentes directamente de avaliação de danos. Viver é muito mais do que isso e embora racionalidade não seja sinónimo de frieza, pode ser de cobardia.
Perscrutar um erro no comportamento de quem nos está próximo para poder racionalizá-lo e usá-lo a nosso favor é não só moralmente condenável, como asqueroso. Racionalizando, posso entender que há muitos filhos da puta no mundo e que tenho de aprender a viver com isso. Posso até entender que devia ter evitado cometer determinado erro. Mas isso não apaga que alguém próximo se aproveitou, ao invés de suportar, como aprendemos a fazer no grupo de amigos. Racionalizando outra vez, posso compreender a existência de problemas emocionais que enviesam em malvadez o comportamento das pessoas. Posso até, em auto-análise, integrar os meus próprios problemas nesta jogada. Mas isso não apaga a ausência de suporte, em momento titubeante, de alguém que, pelo contrário, se aproveitou da tal proximidade para colocar sal na ferida.
A compaixão, até a condescendência (de que falei aqui há tempos), precisam de coragem.
A cobardia analisa e debita o comportamento com menos danos para o umbiguinho sujinho de cotão e mortes morais.
O discurso dos grande homens, da existência de um código de conduta universal, de uma ética Queirosiana, enche a boca de uns quantos tontos que não conseguem sequer ser homens nas coisas comezinhas da vida. Porque é aí que se actua: nas coisas comezinhas. Com uma boa dose de irracionalidade, loucura, emoção, e de alea.
Irracionalizando: Esta (es) merda(s) também dá (ão)sal à existência.
Perscrutar um erro no comportamento de quem nos está próximo para poder racionalizá-lo e usá-lo a nosso favor é não só moralmente condenável, como asqueroso. Racionalizando, posso entender que há muitos filhos da puta no mundo e que tenho de aprender a viver com isso. Posso até entender que devia ter evitado cometer determinado erro. Mas isso não apaga que alguém próximo se aproveitou, ao invés de suportar, como aprendemos a fazer no grupo de amigos. Racionalizando outra vez, posso compreender a existência de problemas emocionais que enviesam em malvadez o comportamento das pessoas. Posso até, em auto-análise, integrar os meus próprios problemas nesta jogada. Mas isso não apaga a ausência de suporte, em momento titubeante, de alguém que, pelo contrário, se aproveitou da tal proximidade para colocar sal na ferida.
A compaixão, até a condescendência (de que falei aqui há tempos), precisam de coragem.
A cobardia analisa e debita o comportamento com menos danos para o umbiguinho sujinho de cotão e mortes morais.
O discurso dos grande homens, da existência de um código de conduta universal, de uma ética Queirosiana, enche a boca de uns quantos tontos que não conseguem sequer ser homens nas coisas comezinhas da vida. Porque é aí que se actua: nas coisas comezinhas. Com uma boa dose de irracionalidade, loucura, emoção, e de alea.
Irracionalizando: Esta (es) merda(s) também dá (ão)sal à existência.
11.23.2012
Um ano
Apesar de perto da iliteracia, sempre esforcei a poesia.
Mas de todas as poesias, nenhuma me rasgou a alma como a Mafalda. Chegada ao mundo, arroxeada... Rimos os dois, sob o sorriso complacente da mãe Carla, na cara do mundo, festejando este nascimento tão belo quanto valente.
11.19.2012
11.06.2012
Um esgoto
A blogosfera regulava-se. Regula-se ainda, mas menos. Menos, porque os "grandes" foram caindo. Reconhecia-se o grupo dos elevados, dos médios, medíocres e os que nem valia a pena visitar. A blogosfera continha tudo mas com uma selecção livre e não combinada que, a esta distância, parece impraticável. Entre a direita e a esquerda havia folclóricos matizes, essencialmente em democracia. Comunistas e fascistas eram raros, até pelo cariz anti-democrático das suas ideias. Mas o espectro político só ganhava com a sua ausência. A blogosfera provou que a diversidade não implica obrigatoriamente extremismo. Eram bonitas e até literariamente enriquecedoras algumas querelas inter-blogues em que no fim o Gato Fedorento ganhava. Por outro lado até eram mais frequentes as vitórias da direita (como seria hoje?).
O FB é o contrário disto. O Facebook tem toda a escória a céu aberto, sem limite e sem advertência para cheiro, sem post amigo a impedir-nos de entrar no lodaçal.
Pedem-se mortes, saúdam-se suicídios, clama-se pela queima das bruxas... As páginas de FB parecem o jornal pessoal de alguns que ao invés de se mostrarem seres impolutos, políticos rectos, pessoas de bem, só reafirmam o carácter fascistóide que sempre os regeu.
O FB é o contrário disto. O Facebook tem toda a escória a céu aberto, sem limite e sem advertência para cheiro, sem post amigo a impedir-nos de entrar no lodaçal.
Pedem-se mortes, saúdam-se suicídios, clama-se pela queima das bruxas... As páginas de FB parecem o jornal pessoal de alguns que ao invés de se mostrarem seres impolutos, políticos rectos, pessoas de bem, só reafirmam o carácter fascistóide que sempre os regeu.
10.17.2012
10.11.2012
Optimismo holista
O meu optimismo radica num irredutível pessimismo.Se sabemos que há coisas que vão por certo correr mal, porquê preocuparmo-nos? No fim, a vida aí está, a ser vivida e a acontecer.
10.01.2012
Estar vivo é o contrário de estar morto
Neste texto do "The Onion" um exercício genial de comédia sem sentido que aprofunda a absurdez da vida. Daí, o texto passa a ter um sentido metafísico, muito provavelmente propositado. Mostra ainda o ridículo de lisonjear a perda de vidas jovens, face a vidas mais velhas, ou outra qualquer. Ridiculariza o pedestal em que se colocam os objectivos de vida do quem morre adolescente, como se não fossem todos os adolescentes estufas de sonhos.
9.22.2012
Flac isn't on mac
Desde que descobri o formato flac, ouvir música tornou-se prazer maior e despreocupado. Mp3 é um formato que preocupa. Rippar um cd a 320 kb pode não ser a resposta para escutar em qualidade porque nenhuma canção se comporta com esta linearidade. Flac proporciona a diminuição do ficheiro sem qualquer perda de qualidade. Com o plugin certo, ou o leitor certo (como o Winamp) podia ouvir ficheiros com a qualidade de cd. Alguns problemas: o WMP dificultava e muito a leitura destes ficheiros, crashando amiúde e organizando-os de forma suspeita (daí ter reencontrado o winamp).
;não havia leitores portáteis que reconhecessem este formato.
Depois da actualização do meu sony walkman para android 4, uma surpresa. Enquanto passava as cantorias para o disco do telemóvel, apercebi-me de que o disco estava a ficar cheio depressa demais. A explicação só podia ser uma: o winamp não necessitava de converter o ficheiro porque o novo sistema operativo do telemóvel já o reconhecia. De facto. Boas notícias com um preço. O espaço em disco diminui razoavelmente, mas vale a pena a minúcia sonora no carro e andando pelas ruas de Lisboa todo roto e a cair.
;não havia leitores portáteis que reconhecessem este formato.
Depois da actualização do meu sony walkman para android 4, uma surpresa. Enquanto passava as cantorias para o disco do telemóvel, apercebi-me de que o disco estava a ficar cheio depressa demais. A explicação só podia ser uma: o winamp não necessitava de converter o ficheiro porque o novo sistema operativo do telemóvel já o reconhecia. De facto. Boas notícias com um preço. O espaço em disco diminui razoavelmente, mas vale a pena a minúcia sonora no carro e andando pelas ruas de Lisboa todo roto e a cair.
8.28.2012
Totalitário
Nenhuma ciência reclama o conhecimento total da matéria sobre a qual versa. As tentativas arrogantes das ciências-engodo como a alquimia, a astrologia ou qualquer cena ocultista são paródias à infantilidade humana e fundamental incapacidade de esperar pelo decorrer normal da vida, de reconhecer os limites da existência e de imaturidade perante os elementos da Terra.
É verdade que há dogmas orientadores da vida. É verdade que as ciências erram e cresceram com os erros e a magnífica capacidade de refutabilidade, mas a psicologia é entendida, até por quem a pratica, como a única que está sempre certa. Não há dúvida que resista, nem processo que não seja explicável. Talvez pela insegurança de ser uma ciência jovem com vários caminhos ainda possíveis, espera-se da psicologia o conhecimento total dos comportamentos e da mente. Ah!
É verdade que há dogmas orientadores da vida. É verdade que as ciências erram e cresceram com os erros e a magnífica capacidade de refutabilidade, mas a psicologia é entendida, até por quem a pratica, como a única que está sempre certa. Não há dúvida que resista, nem processo que não seja explicável. Talvez pela insegurança de ser uma ciência jovem com vários caminhos ainda possíveis, espera-se da psicologia o conhecimento total dos comportamentos e da mente. Ah!
8.15.2012
Stone Temple Pilots
Quando notei as críticas negativas arrojadas aos STP, não pensei que fossem tão tontas. É verdade que alguém se atrevera a dizer que Stone Temple Pilots copiavam os Pearl Jam?! A sério? A banda de Eddie Vedder que na cantiga Hunger Strike (Temple of the Dog) não se coíbe de aconchegar-se no vozeirão de Chris Cornell? O Eddie Veder que passa o metade do álbum Ten a tentar cantar como o Chris? E reparai que gosto muito do Ten.
Parece despropositado acusar de plágio artístico uma banda como muito menos sinais óbvios de influência do que tantas na altura. A onda grunge começava em Seattle, mas não podiam uns tipos de San Diego gostar de meter heroína e tocar rock pesado? O Core parece-me tão díspar de qualquer outro álbum feito no início dos 90... Dead and Bloated, Crackerman, Plush... Tudo malhas icónicas e definitivas de STP.
Tudo se desmorona com o Shangri la ou o que é. Mas até o Tiny Music ou o Nº4 são bons. Neste caso acusar de cópia, é não saber definir influência ou onda.
Parece despropositado acusar de plágio artístico uma banda como muito menos sinais óbvios de influência do que tantas na altura. A onda grunge começava em Seattle, mas não podiam uns tipos de San Diego gostar de meter heroína e tocar rock pesado? O Core parece-me tão díspar de qualquer outro álbum feito no início dos 90... Dead and Bloated, Crackerman, Plush... Tudo malhas icónicas e definitivas de STP.
Tudo se desmorona com o Shangri la ou o que é. Mas até o Tiny Music ou o Nº4 são bons. Neste caso acusar de cópia, é não saber definir influência ou onda.
7.23.2012
Opostos mas pouco
Há entre o fanatismo religioso e o niilismo um dogma comum e essencial para as respectivas engrenagens. Todos somos culpados. Depois, as diferenças... Débeis. O fanatismo religioso compele a humanidade a procurar perdão e a redenção. O niilista vocifera pela salvação através de um estilo de vida determinado (por ele claro está).
Ambos vagueiam nas tormentosas águas do relativismo moral, ainda que apregoem o contrário.
Ambos vagueiam nas tormentosas águas do relativismo moral, ainda que apregoem o contrário.
7.17.2012
Merecer
É fácil dizer que o povo português tem o que merece. Mas o azar persegue. Inquieta-me confirmar uma e outra vez a falta de nível das pessoas que nos governam. Assusta-me a credulidade de amigos que julgam que a mudança de côr é mudança de regime. Assusta-me porque quem acredita pode, afinal, estar ao serviço da tontice partidária.
6.19.2012
6.17.2012
6.13.2012
Cá chegou a encomenda, queridos belgas
Pela terceira vez, cá chega a grade de 24 preciosas cervejas belgas. Desta feita, Gulden Draak 9000, Chimay azul e Leffe brune (em promoção). Vamos ver para quanto dá, mas isto não é coisa para se ir num instante que não há dinheiro para dureza desta natureza.
De realçar que demora menos uma grade de cerveja a chegar da Bélgica, do que um livro da Wook.
Não contentes com o excelente serviço que me têm prestado, os amigos belgas ainda me enviam um bilhete a agradecer, terminando com a sugestão de que se eu desejar algum produto que não tenham na loja, eu que peça que eles lá se desenrascam. Até dá vontade de ser alcoólico para comprar mais cervejas e ajudar tão benigno negócio.
De realçar que demora menos uma grade de cerveja a chegar da Bélgica, do que um livro da Wook.
Não contentes com o excelente serviço que me têm prestado, os amigos belgas ainda me enviam um bilhete a agradecer, terminando com a sugestão de que se eu desejar algum produto que não tenham na loja, eu que peça que eles lá se desenrascam. Até dá vontade de ser alcoólico para comprar mais cervejas e ajudar tão benigno negócio.
6.12.2012
O advento do conhecimento
Homens que sabem muito, se embebedam no próprio conhecimento e cuja ressaca impede a sabedoria.
5.28.2012
O saudosismo chega sem vergonha
Fala-se dos exames da primária do Estado Novo e encontramos logo quem fique com pele de galinha de tanto prazer. Bizarro é que muitos destes entusiastas são mais ignorantes do que um miúdo do quarto ano, acerca das matérias que dizem ser essenciais à formação de um cidadão. Além disso, parece haver uma vontade de infligir um sofrimento aos petizes, como que fazendo um ajuste de contas com a própria infância. E isto é o mais preocupante: quando a mente está obnubilada por armadilhas emocionais, quando devia estar limpa e focada no objectivo de melhorar algo tão importante como o ensino de crianças. E isto não é fábula. Basta vermos a forma quase agressiva como os defensores da rigidez e austeridade no ensino se posicionam nas discussões.
Depois temos um ministro que decide reinstituir o exame de 4º ano. Mas há dúvidas de que esta jogada visa agradar finalmente aos velhotes a quem está a ser roubada parte da reforma? Há dúvidas de que este exame é uma forma de acalentar o coração de quem soube, uma vida inteira, as quatro dinastias portuguesas, não lhe tendo servido essa informação para mais do que fazer boa figura no programa do Malato?
Espero que não haja atrasados mentais que vejam nestas ideias uma desvalorização da História portuguesa. Muito pelo contrário. Entendo que o ensino deve alentar para a descoberta, para a auto aprendizagem, para a liberdade de conhecimento. O ensino baseado no decoranço esvazia a auto determinação, a vontade de conhecer mais.
Depois temos um ministro que decide reinstituir o exame de 4º ano. Mas há dúvidas de que esta jogada visa agradar finalmente aos velhotes a quem está a ser roubada parte da reforma? Há dúvidas de que este exame é uma forma de acalentar o coração de quem soube, uma vida inteira, as quatro dinastias portuguesas, não lhe tendo servido essa informação para mais do que fazer boa figura no programa do Malato?
Espero que não haja atrasados mentais que vejam nestas ideias uma desvalorização da História portuguesa. Muito pelo contrário. Entendo que o ensino deve alentar para a descoberta, para a auto aprendizagem, para a liberdade de conhecimento. O ensino baseado no decoranço esvazia a auto determinação, a vontade de conhecer mais.
5.21.2012
Contradizer é uma obrigação cívica
Ia comentar este texto de Manuel Leal Freire, no Capeia Arraiana, mas já ia avançado nos caracteres, de maneira que aqui fica.
Não sei por onde começar. Apesar de reconhecer no autor da resenha um imenso conhecimento de coisas, decerto importantes, não posso reconhecer-lhe acerto nesta crónica. Começando pela questão académica, não deveria haver discussão possível. Comparando com o tempo do estado novo, por exemplo, a melhoria hodierna do ensino público não tem contra possível. Claro que aumentando o número de estudantes, aumenta o número de casos falhados. Mas grassa pelas gerações mais velhas uma espécie de ressentimento pela facilidade com que hoje se consegue estudar. Resquícios de tempos em que se endeusavam as pessoas com estudos superiores, em que cada estudante almejava o olimpo do estatuto social. Agora estuda-se porque sim. Por muito que isso custe, para a maioria das pessoas e para o país isso é bom. Falta calcorrear muita vereda para se chegar a um tempo em que cada licenciatura seja mesmo uma mais valia. Entretanto aperfeiçoamos o processo. Haja políticos decentes para o fazer.
Quanto à tão falada escola industrial, o mais alardeado sofisma dos saudosistas de outros tempos, pouco a acrescentar. Quem reclama a sua falta ignora a rede de formação profissional que o país tem, havendo inclusive um concurso anual da escolha do melhor artífice/empregado/operário, de profissões como soldador, carpinteiro, canalizador, etc.
Das PPP, nada de novo. Quem não concorda que deve haver bom senso e transparência na gestão de dinheiros públicos?
Quanto a Hollande e Strauss Kahn, sabemos que Hollande tem um processo por favorecimento de amigos, no seu anterior cargo público. Quanto às escolhas sexuais do segundo, sem comentários. A moral, tantas vezes pregada, nem sempre se tem em primeira conta afinal.
Por fim, no caso vergonhoso do BPN, uma referência curiosa que vale a pena aprofundar: a seriedade de "Egas Moniz". Das patranhas de História que se ensinam na escola para levantar o ego do pobre Zé Povinho, nenhuma é tão ardilosa como a de Egas Moniz. Além de ser uma lenda contada como verdade, há uma característica essencial da história, sempre passada em branco, como os cheques do BPN. Então valoriza-se o Egas Moniz por ter levado filhos e mulher a caminho da morte, mas não se valoriza o facto de Afonso Henriques, o Rei fundador de Portugal ter mentido com quantos dentes tinha na boca, ao primo? O nosso primeiro rei passa a perna ao primo e nós viramos a cara, olhando com ternura para o aio. Mais uma vez, por muito que nos custe, a trapaça está nas fundações deste país (e de muitos outros). Não o vendamos com uma falsa carapaça de magnanimidade, porque esta será uma carapaça de vidraça estilhaçada. Não nos fiemos no passado para construir o futuro. Aprendamos com ele, mas reconheçamos-lhe os erros, as falhas, o mal e tenhamos a coragem de mudar os vícios que trazemos. Pensarmos que somos os maiores, deixando que as tais tubas da fama nos ensurdeçam, não é, de facto, boa política.
Não sei por onde começar. Apesar de reconhecer no autor da resenha um imenso conhecimento de coisas, decerto importantes, não posso reconhecer-lhe acerto nesta crónica. Começando pela questão académica, não deveria haver discussão possível. Comparando com o tempo do estado novo, por exemplo, a melhoria hodierna do ensino público não tem contra possível. Claro que aumentando o número de estudantes, aumenta o número de casos falhados. Mas grassa pelas gerações mais velhas uma espécie de ressentimento pela facilidade com que hoje se consegue estudar. Resquícios de tempos em que se endeusavam as pessoas com estudos superiores, em que cada estudante almejava o olimpo do estatuto social. Agora estuda-se porque sim. Por muito que isso custe, para a maioria das pessoas e para o país isso é bom. Falta calcorrear muita vereda para se chegar a um tempo em que cada licenciatura seja mesmo uma mais valia. Entretanto aperfeiçoamos o processo. Haja políticos decentes para o fazer.
Quanto à tão falada escola industrial, o mais alardeado sofisma dos saudosistas de outros tempos, pouco a acrescentar. Quem reclama a sua falta ignora a rede de formação profissional que o país tem, havendo inclusive um concurso anual da escolha do melhor artífice/empregado/operário, de profissões como soldador, carpinteiro, canalizador, etc.
Das PPP, nada de novo. Quem não concorda que deve haver bom senso e transparência na gestão de dinheiros públicos?
Quanto a Hollande e Strauss Kahn, sabemos que Hollande tem um processo por favorecimento de amigos, no seu anterior cargo público. Quanto às escolhas sexuais do segundo, sem comentários. A moral, tantas vezes pregada, nem sempre se tem em primeira conta afinal.
Por fim, no caso vergonhoso do BPN, uma referência curiosa que vale a pena aprofundar: a seriedade de "Egas Moniz". Das patranhas de História que se ensinam na escola para levantar o ego do pobre Zé Povinho, nenhuma é tão ardilosa como a de Egas Moniz. Além de ser uma lenda contada como verdade, há uma característica essencial da história, sempre passada em branco, como os cheques do BPN. Então valoriza-se o Egas Moniz por ter levado filhos e mulher a caminho da morte, mas não se valoriza o facto de Afonso Henriques, o Rei fundador de Portugal ter mentido com quantos dentes tinha na boca, ao primo? O nosso primeiro rei passa a perna ao primo e nós viramos a cara, olhando com ternura para o aio. Mais uma vez, por muito que nos custe, a trapaça está nas fundações deste país (e de muitos outros). Não o vendamos com uma falsa carapaça de magnanimidade, porque esta será uma carapaça de vidraça estilhaçada. Não nos fiemos no passado para construir o futuro. Aprendamos com ele, mas reconheçamos-lhe os erros, as falhas, o mal e tenhamos a coragem de mudar os vícios que trazemos. Pensarmos que somos os maiores, deixando que as tais tubas da fama nos ensurdeçam, não é, de facto, boa política.
5.17.2012
5.13.2012
Conflito interior
Leio na Bomba algo de que discordo profundamente. Então antigamente dava-se valor à boa educação e a mesquinhez era socialmente condenada? Como? Antigamente quando? Há dois anos?
Percebo a investida contra a tecnologia como contraponto a uma suposta crise de valores. Não há paralelo e ninguém pode salvar a decadência da própria existência mostrando um belíssimo corte de cabelo, por exemplo. Ou melhor, poder até pode, mas a vacuidade do gesto só aprofundará o sofrimento.
O erro que se tem cometido ao desvalorizar a evolução moral e emocional das pessoas é também crasso e ignora o contributo das comunidades ocidentais não só no equilíbrio dos patamares morais culturais mundiais, mas também na construção da possibilidade de um individualismo não egocêntrico, uma das grandes conquistas da contemporaneidade, ainda em obras.
Pareceu-me que a boa educação a que Charlotte se refere, é o respeitinho. E sei bem que só inadvertidamente o pode ter valorizado. Mas é a ideia que passa. A boa educação tem agora (oh não, vou utilizar a palavra) matizes variados que provém da liberdade das pessoas, valorizando-a ainda mais. E acredito, talvez ingenuamente, que com o tempo a maioria das pessoas converge para uma série de regras de relacionamento, criando inadvertidamente grupos que valorizam os tais diferentes matizes da boa educação.
Como pode ser pessimista em relação ao progresso da humanidade e acreditar que um dia a mesquinhez foi socialmente condenada? A mesquinhez acontece com pessoas concretas, sempre aconteceu, sempre vai acontecer. E aqui sim devemos assumir pessimismo em relação ao ser humano. Mas um pessimismo justo que perceba a mesquinhez como confinada a uns quantos, repito, como sempre foi e há-de ser. A percepção da inexorabilidade de algumas características que gostaríamos ver longe de nós leva-nos a contra atacar com as outras, as que consideramos boas e justas. Mas como o fazemos em forma de ataque, fica tudo na mesma. Serve-nos a maturidade para reconhecermos a nossa influência na continuação ou não de certas formas de ser. E afinal, há aqui muito de concordância com o post...
Fico feliz por vivermos uma época em que a boa educação é escolhida pelas pessoas e não imposta por comunidades de forquilhas e estadulhos (ainda que metafóricos) nas mãos. Já quanto à desonestidade e com a Justiça no Estado em que está, podemos sempre aproveitar para reforçar o Direito Natural e esperar que as pessoas passem a cumprir com as regras de sã convivência segundo princípios próprios, construídos autonomamente, sem ser pelo medo da reprimenda... Brincadeira. Mais uma vez, concordo com o post. Há aqui um problema de justiça e nenhuma sociedade poderá equilibrar convenientemente o desenvolvimento moral sem um sistema de justiça coeso e coerente.
5.07.2012
5.02.2012
Muitas respostas, outras tantas perguntas
Como podemos afirmar que estão muitas respostas num vídeo de 20 minutos, sem nos ridicularizarmos? Neste caso porque muitas perguntas estavam feitas. Coincidências.
Uma das mais interessantes questões é a da futilidade de confirmar se determinada crença é certa ou não. O importante será perceber a vantagem de mantê-la e utilizá-la através de um laço emocional. Em relação a crenças o problema é mesmo o primeiro. Para quê orientar alguém a negar algo que pode mesmo estar a acontecer?
5.01.2012
Há podre até demais
Aquela empresa que toda a gente gosta de vilipendiar, mas onde toda a gente compra o mobiliário, porque "fica muito em conta", (só esta expressão devia dar direito a prisão construída pelos próprios devidamente municiados de blocos, cimento e aço) anda metida noutra embrulhada. Depois da confirmação de o fundador ter sido amigo nos nazis, parece que nos anos 70 e 80 as fábricas Ikea em solo alemão (de leste, o lado democrático e bom para os operários)usaram presos políticos como mão de obra. A isto se chama dar para os dois lados. Mas logo para estes lados já é azar. Engraçado como continuo a ver pessoas preocupadas com empresas cujo crime é fazer dinheiro à custa de umas trapaças ao consumidor parvo, muitas vezes desejoso de ser enganado. Trocando por miúdos (calma Bibi), o que fazer com uma empresa que conseguiu pactuar com os dois regimes mais facínoras de sempre? Eu por mim deixo já de comer no MacDonald's.
Bem sei, fazer negócio na Europa é complicado. A História está pejada de gente boa, que aliás tem ajudado a fundar os seus robustos alicerces morais indispensáveis à condenação de países fartos de ver lunáticos a mandar em outros países onde usam o próprio povo para experiências tão divertidas como inalar gás até "dormir".
Agora que me lembro, aquele excepcional filme, tinha um mobiliário suspeito...
4.26.2012
Descerrar fileiras
Em tempo de crise, o conceito do encerramento das fileiras é muito gráfico e traduz o pensamento limitado de quem o produz. Em alturas de fragilidade social concretiza-se o sonho de tontos que por detrás do sobrolho carregado regozijam com a desgraça alheia, adubo imoral dos tiranos.
Pois bem, numa altura em que os problemas inundam a sociedade são-nos apresentadas, como em todas as outras situações de fragilidade, duas soluções: a vigente que implica o Estado ir ao nosso bolso e tomar conta de nós e a outra que implica o Estado tomar conta de nós e ir-nos ao bolso.
Deve ser pecado falar de Hayek, numa altura como esta. Mas as crises não deviam ser desculpas sujas para cerrar as fileiras contra a autodeterminação. João Pereira Coutinho, com a clareza de sempre, lembra que não é tempo de cerrar fileiras, mas sim de estudar ainda mais, de fundar melhor as ideias e fugir dos que insistem em escavar trincheiras. Aqui
4.25.2012
Portas da mente
Miguel Portas foi, durante o tempo em que vivi sob a ideia da utopia esquerdista, um herói. Ouvia-o como a um sábio e comecei a aprender com ele a nefasta rigidez do PC, partido de que saíra por imposição moral e força de liberdade individual.
As causas que apresentava eram justas e despertavam-me a vontade de conhecer mais sobre elas, de ler, de ouvir e conhecer. Para um rapaz de 18 anos, Miguel era a certeza de que poderíamos acreditar na utopia (sem ser chatos como o Louçã ou o PC)e adultos, vivendo sem cair no emburguesamento das ideias.
A alegria quando o vi entrar na Assembleia da República foi igual à certeza de que o país iria entrar nos eixos e preocupar-se com as coisas realmente importantes.
Entretanto seguia um documentário, por ele conduzido, sobre as incursões portuguesas no Oriente, na altura dos Descobrimentos. Um belíssimo programa que por mostrar também o menos positivo dessa demanda não teve a projecção de outros, às vezes mais fantasiosos. Mais uma vez mostrava como não há uma versão das coisas, como não devemos sujeitar-nos a uma ideia, a um caminho imposto.
A verdade é que a lição de desprendimento e liberdade individual foi também uma contribuição para me ir afastando de uma ideia que me foi parecendo cada vez mais impraticável e até indesejável.
Vi a última entrevista de Miguel na Sic. Continuei sempre a ouvi-lo com respeito e sem a preocupação de interiormente contrapor a argumentação. Desapareceu um homem que contribuía activamente para a minha liberdade individual e humildade política. Faltam muitos gajos como ele, à esquerda.
4.19.2012
Psicopata assassino
Quando terminou a série 5 do Dexter, não consegui tirar o travo a azedo do cérebro. Não que a quantidade de cadáveres deixada por Dexter Morgan me atormentasse o sistema, mas porque a podridão anunciava o fim. Não havia nada a fazer por este conceito de psicopata mais ou menos justiceiro. As pistas à CSI tinham tomado conta de alguns episódios (uns pneus que só se vendem em duas lojas, ou a fibra têxtil de que um revendedor tem o exclusivo confirmavam-nos que Miami deve ser uma cidadezita do tamanho da vila de S. Sebastião) e as piadas, essenciais para a captação da ironia (ou talvez não) do conceito de psicopata justiceiro, tornaram-se uma entrada perigosa para a quase ridicularização de uma série que apesar dos providenciais momentos cómicos, se queria séria - quem não se lembra de dada vítima a fugir por entre contentores envolto no plástico de cozinha? Teve piada... Demasiada.
Mas havia mais. A mente humana tem sempre recantos por aliciar e os gajos do Dexter acertaram-me bem na sexta série. O misticismo religioso e a discussão da fé, do ponto de vista de quem não tem outra visão da vida se não o aqui e agora brutalmente (literal) pragmático. E então voltou o interesse. Parece até que alguém deu conta do caminho sinuoso das pistas à CSI e fez-se questão de, em algumas das investigações, aventar números mais verosímeis para uma cidade como Miami: milhares de pessoas a investigar, trabalho burocrático, explicar probabilidades para exclusão de suspeitos... Sentimo-nos bem quando percebemos o cuidado de quem nos entretém, com os pormenores. Enquanto no cinema a preocupação com os pormenores se tem resumido a pixéis, na televisão preocupa o enredo e ainda bem. Até uma terapeuta excepcionalmente credível ajuda à festa. Claro que seria bom demais que esta credibilidade se mantivesse sem mácula. Mas esta série não escapa sem momentos forçados. Aliás o enredo é atingido com alguma violência num ponto em que a psicóloga de serviço é crucial... Mas vá, quem vê televisão não quer vida real não é?
Mas havia mais. A mente humana tem sempre recantos por aliciar e os gajos do Dexter acertaram-me bem na sexta série. O misticismo religioso e a discussão da fé, do ponto de vista de quem não tem outra visão da vida se não o aqui e agora brutalmente (literal) pragmático. E então voltou o interesse. Parece até que alguém deu conta do caminho sinuoso das pistas à CSI e fez-se questão de, em algumas das investigações, aventar números mais verosímeis para uma cidade como Miami: milhares de pessoas a investigar, trabalho burocrático, explicar probabilidades para exclusão de suspeitos... Sentimo-nos bem quando percebemos o cuidado de quem nos entretém, com os pormenores. Enquanto no cinema a preocupação com os pormenores se tem resumido a pixéis, na televisão preocupa o enredo e ainda bem. Até uma terapeuta excepcionalmente credível ajuda à festa. Claro que seria bom demais que esta credibilidade se mantivesse sem mácula. Mas esta série não escapa sem momentos forçados. Aliás o enredo é atingido com alguma violência num ponto em que a psicóloga de serviço é crucial... Mas vá, quem vê televisão não quer vida real não é?
4.15.2012
Musiqueta
Os Amálios, banda de punk-fado que trago no coração, explicam numa cantiga a impossibilidade de gostar de todos os estilo de música. Com algum orgulho abuso falando da minha influência neste tema quando um dia vilipendiei no mítico Século uma pessoa que me disse que ao nível de música gostava de tudo um pouco.
Como não consigo estar quieto, faço o próprio contra ataque e digo: também não será bom gostarmos de um só estilo porque o pessoal à volta gosta. O indivíduo antes do grupo deveria ser o lema.
Como não consigo estar quieto, faço o próprio contra ataque e digo: também não será bom gostarmos de um só estilo porque o pessoal à volta gosta. O indivíduo antes do grupo deveria ser o lema.
4.02.2012
Um poço em todos os lugares
Há uns tempos, Charlotte explicou, numa acesa discussão bloguística, porque é que um livro não muda a vida de ninguém. Aproveitando a concordância, direi que um álbum musical ou um concerto também não mudam vida nenhuma. Talvez suportem algumas descobertas, acompanhem estados de espírito e enriqueçam a integração nas coisas humanas. Porventura ajudarão a sublinhar conclusões ou darão algum conforto emocional. Não é pouco, mas não é mudar a vida.
Ontem, o concerto de Lanegan foi sensacional. Em forma, com uma voz tão cavernosa e espinhosamente límpida que nos levou às profundezas do poço que teima em chamar alguns de nós aonde quer que vamos. Um tormenta agradável, inevitável, que nos arrebanha para o meio da desgraça sem enganos. Ao mesmo tempo perceber que tudo está bem. Em amena conversa com o guitarrista, a quem pagámos uma cerveja fresca, confirmei os mais de quatro anos que Lanegan se mantém fora de vícios.
Tudo acaba melhor quando aperto a mão ao Mark Lanegan, lhe agradeço o concerto, e não se lhe vislumbra enfado.
Ontem, o concerto de Lanegan foi sensacional. Em forma, com uma voz tão cavernosa e espinhosamente límpida que nos levou às profundezas do poço que teima em chamar alguns de nós aonde quer que vamos. Um tormenta agradável, inevitável, que nos arrebanha para o meio da desgraça sem enganos. Ao mesmo tempo perceber que tudo está bem. Em amena conversa com o guitarrista, a quem pagámos uma cerveja fresca, confirmei os mais de quatro anos que Lanegan se mantém fora de vícios.
Tudo acaba melhor quando aperto a mão ao Mark Lanegan, lhe agradeço o concerto, e não se lhe vislumbra enfado.
3.31.2012
Em estado feriesco
A agitação custa a passar. Mais fácil do que pensei. Vir procurar sossego para o subúrbio de Lisboa, vindo da Serretinha? É a vida a acontecer.
3.29.2012
3.28.2012
Opção errada, plano furado
A força com que uma opção é defendida, é muitas vezes proporcionalmente inversa ao seu benefício.
A força da defesa dessa opção radica na certeza de ser uma má opção, mas que por razões egóicas (para não dizer egoístas)deve ser defendida. Ou seja, para o indivíduo que a defende, a opção traz-lhe benefícios primários. Com o tempo a clareza da má escolha e das vicissitudes que traz para os outros e para o próprio (benefícios primários à custa de prejuízos mais valiosos a longo prazo) cresce como uma grande vergonha nas entranhas. Combatendo o fogo com o fogo, a intransigência toma lugar. Reflectir e reconhecer erro é a mais alardeada das virtudes, virtualmente muito presente, realmente ausente.
Poderá caber aqui a definição de relativismo. Um má decisão não o é para toda a gente. Para nos ajudar a discernir temos a intransigência e a necessidade de defender algo até às últimas consequências.
A força da defesa dessa opção radica na certeza de ser uma má opção, mas que por razões egóicas (para não dizer egoístas)deve ser defendida. Ou seja, para o indivíduo que a defende, a opção traz-lhe benefícios primários. Com o tempo a clareza da má escolha e das vicissitudes que traz para os outros e para o próprio (benefícios primários à custa de prejuízos mais valiosos a longo prazo) cresce como uma grande vergonha nas entranhas. Combatendo o fogo com o fogo, a intransigência toma lugar. Reflectir e reconhecer erro é a mais alardeada das virtudes, virtualmente muito presente, realmente ausente.
Poderá caber aqui a definição de relativismo. Um má decisão não o é para toda a gente. Para nos ajudar a discernir temos a intransigência e a necessidade de defender algo até às últimas consequências.
2.17.2012
A cantiga do coveiro
Não é fácil para um tipo como eu dizer que gosta do último do Lanegan. O experimentalismo deixo-o na casa da guitarra eléctrica, em lo-fi se possível. Quando não, pelo menos que seja sem grandes produções.
Pois se já Bubblegum era um álbum com umas incursões electrónicas,se o projecto Soulsavers também caminhava por aí e os Gutter Twins idem, não admira que o gajo estivesse com ideias de adensar essa onda. Pois bem, Blues Funeral é um álbum esplêndido com muita produção e experimentalismo electrónico. Não esquece o rock nem o blues (como poderia, com a voz que tem?)sendo aliás os elementos essenciais da obra.
Mas que Ode to Sad Disco custa, lá isso custa.
Não posso deixar de comparar à viragem de Cohen do acústico para o electrónico que na altura alguns críticos consideraram uma merda. Nas críticas a este álbum acho que ninguém correu esse risco até porque têm medo de Lanegan. Que venha mazé o 31 de Março.
Pois se já Bubblegum era um álbum com umas incursões electrónicas,se o projecto Soulsavers também caminhava por aí e os Gutter Twins idem, não admira que o gajo estivesse com ideias de adensar essa onda. Pois bem, Blues Funeral é um álbum esplêndido com muita produção e experimentalismo electrónico. Não esquece o rock nem o blues (como poderia, com a voz que tem?)sendo aliás os elementos essenciais da obra.
Mas que Ode to Sad Disco custa, lá isso custa.
Não posso deixar de comparar à viragem de Cohen do acústico para o electrónico que na altura alguns críticos consideraram uma merda. Nas críticas a este álbum acho que ninguém correu esse risco até porque têm medo de Lanegan. Que venha mazé o 31 de Março.
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