2.28.2005

No dia

em que o céu nos cair na cabeça, pouca vontade teremos de olhar para ele.

2.24.2005

No Future!

Pois é, já passaram uns quantos dias desde a vitória do PS nas eleições... Não resisto a comentar. Gira o disco e toca o mesmo. Impressionante como os dois partidos do poder conseguem ter candidatos tão parecidos nas diferentes eleições. Sócrates/Santana, que belo par de políticos. Um deles ganhou as eleições com maioria absoluta e já se levantam as vozes vencedoras para dizer que sim que era inevitável já que Sócrates é muito melhor do que o incompetente Santana. Eu não caio nessa. Sócrates parece-me mais vazio e artificial que Santana, com um discurso estudado ao milímetro para não dizer nada e sempre com aquele sorriso de quem está a dizer tudo sobre o caminho para a felicidade. Santana com as suas bacoradas demonstrava que pelo menos não era escravo do politicamente correcto e dos assessores. Foi longe demais quando deixando de ligar ao politicamente correcto começou a entrar na piada fácil, demonstrando que não obstante ser mais genuíno que Sócrates, não tinha estofo para Primeiro Ministro. Ainda assim não acho que Portugal tenha escolhido o mal menor, escolheu outro mal.
Gostava de poder dar o benefício da dúvida, mas já começo a notar os boys a mexer e os seus rabos a ficarem com vontade de sentar nos cadeirões do poder. A dança já começou.
Portugal, infelizmente continua a ser um país marginal com episódios dignos da América Latina ou África, e já há uns séculos que se apontam os mesmos defeitos a esta sociedade feita de mediania em que as elites não fazem mais do que desprezar o país. É certo que o país e o povo também despreza essas elites, mas por o serem não podem agir como a mediania que criticam.
Qualquer dia isto só lá vai à bomba!

2.23.2005

Snow! Neige!

A Neve voltou em força! Mais uns trambolhões! Eh!Eh!Eh!
Saco de plástico preparado para deslizar nas mais acentuadas ribanceiras. (sim, saco de plástico que trenó é macacada de burguês!)

2.16.2005

L.

Tivesse L. escolhido outros meandros para se afundar e o sucesso teria sido nulo. Estes que escolhera revelaram-se plenamente adequados à decadência que nunca pretendera mas que agora sabia ser a verdadeira fonte da sua satisfação. Farto de “tantas lérias” como ele próprio afirmava, entregara-se à penosa e recompensadora tarefa de viver completamente livre das pressões que o iam esmagando a pouco e pouco.
O primeiro passo para a “libertação” foi o de roubar todos os pedintes que encontrou pela cidade, aproveitando para despender energia quer a correr como a lutar. Quinze dias que lhe permitiram amealhar grandes quantidades de dinheiro e várias cicatrizes. Quando o dinheiro recolhido perfez uma soma à altura das suas aspirações, doou-a a uma empresa global de armamento… A forma extasiada e confusa com que o director da empresa o recebeu divertiu L. de tal forma que se escancarou a rir na cara do sr.
-A que se deve este seu gesto?!
-Ah! Ah! Ah! Ah! Oh! Oh!
-…
- Desculpe-me Sr. mas este átrio lembra-me situações deveras engraçadas, talvez com tempo tenha oportunidade de lhe explicar melhor.
- Com certeza mas…
- O dinheiro é para a empresa aplicar onde achar melhor. Aliás, se eu doei o dinheiro já não tenho nada que opinar. Enerva-me que em situações análogas as pessoas imponham que o dinheiro seja gasto desta ou daquela maneira. Como o transeunte que dá dinheiro ao adicto e lhe deixa uma qualquer advertência acerca da importância de comer um sandes ou uma sopa. Se o adicto quisesse comer sandes e sopas estava a trabalhar e comia sandes para poupar para o sistema de cinema em casa. O que ele quer é bem diferente e fora do alcance sensório do doador. Por isso, e por leveza de consciência, o doador dá um conselho prático de como a sua massa deve ser gasta, mas no fundo sabe que a primeira coisa que o adicto-pedinte vai fazer assim que tiver reunido certa quantidade de dinheiro, é ir aviar uma dose para mais uma vez fugir da realidade. E isso leva sempre a que o transeunte fique pior que estragado porque ele tem que gramar a realidade. O facto de saber que à custa dele alguém foge às responsabilidades de ser humano deixa-o mais que agastado, mas não consegue evitar de dar o seu contributo para isso porque ainda mais no fundo, ele sabe que é a fuga da realidade que levará o outro à destruição.
Como entende, não vou fazer objecções à forma como queiram gastar o dinheiro. Se um dia for morto com uma arma da vossa empresa, terei protagonizado mais um alegre episódio da inevitabilidade da coincidência. - Ofereceram-lhe uma arma como agradecimento pela oferta, o que L. aceitou prontamente. À saída encontrou um pedinte e ofereceu-lha… Com balas e tudo…
O projecto estava a correr-lhe bem.

2.11.2005

Reminiscências... (ai que saudades do mescla)!

No Mescla cheguei a escrever um post acerca do que eu considerava inexplicável, que era a dos nazis não suportarem comunistas e vice-versa. Até à altura eu também diferenciava primariamente os dois. Desde pequenos que nos é inculcada a ideia de antagonismo entre nazismo e comunismo. Nesse texto que os 20 milhões de leitores do mescla devem ter lido (que eu não encontro…) apontava algumas ingenuidades (no que diz respeito ao ódio) a ambos os movimentos colocando-os no mesmo saco. Agora encontrei um texto que clarifica tudo de uma forma bem mais eficiente que eu. Entre outras coisas é explicada sucintamente a animosidade entre nazis e comunistas: realmente não há pior que o ódio fraternal! Atentem nas medidas e crenças hitlerianas e comparem-nas com o que conhecem da política hodierna.
É um fenómeno assinalável que ninguém ouse abrir a boca para certos problemas da humanidade, mas que a tem permanentemente escancarada para debitar os trava línguas morais de sempre. Mais uma vez a humanidade recusa-se a receber a mortalidade que a define reagindo de forma histriónica aos acontecimentos negros que protagonizou (campos de concentração nazi), barafustando, chorando, gritando, acusando com ferocidade e, melhor que tudo, afirmando: nunca mais. A seguir vão para as ruas mostrar a fronha do lenine, do che ou do estaline numa bela t-shirt vermelha! Eu cá também preferia que nunca mais houvesse tamanha estupidez humana que leva à tentativa do extermínio, mas os gulags da Sibéria continuam activos (ao que parece cada vez mais próximos da actividade de outros tempos), e as pessoas que mais ladram contra os horrores do passado são aquelas que mais dispostas estão a seguir um palhaço qualquer para o Novo Abismo. Tudo porque se recusam a perceber a humanidade e sonham com o dia em que todos pensem igual. Se essa desgraça acontecer, não será sem antes haver outro banho de sangue.

2.08.2005

Importância indevida

Continua a campanha eleitoral a todo o gás. Agora a polémica saltou para dentro da Igreja (wow! Que novidade!) devido à homilia de um qualquer Sr. abade de uma qualquer freguesia transmitida numa rádio.
1. A Igreja Católica sempre se imiscuiu na política levando por vezes os crentes a pensar que há um voto mais consentâneo com a presumível entrada no Reino de Deus. Os jornais beatos que deveriam servir para difundir a fé cristã são disso bom exemplo. Aliás, conheço vários que passam com regularidade os limites do bom senso, e que ainda por cima nunca se aproximam dos níveis mínimos de rigor jornalístico quando fazem o tratamento de material noticioso.

2. Os partidos que mais atacam estes "leves factos clericais" são os que legitimam a desculpa da legítima defesa.

3. Será que quem ouviu o sr. abade a falar lhe dá algum crédito?! Come on! Aquela vozinha irritante já não se usa! Aquela homilia serviu para mostrar que até no plano mais terreno e físico a Igreja ainda tem muito que aprender(quanto mais no espiritual!).

4. E depois?! A liberdade permite que as religiões se expressem com liberdade. O Estado é laico mas nunca ninguém disse que a Igreja é apartidária. Além disso, aquele tipo de mensagem só serve para agudizar alguns sentimentos puritanos que já existem a priori nas pessoas. Nesse caso o perigo não existe de uma forma tão evidente como muitos afirmam.

5. Quando houver a próxima votação do papa espero vivamente que o primeiro ministro português vá para o Vaticano fazer campanha pelo candidato português.

"Caros irmãos! Estou aqui a apelar ao voto no vosso irmão Cardeal português! Sim, porque já basta de injustiça e de falta de Espírito Santo. Com um Papa português eu prometo que o Espírito Santo virá não sob a forma de uma língua de fogo, mas que cada Cardeal terá direito a sete línguas de fogo..."

2.01.2005

Eleições

"Why you act crazy?" Why politicians? WHY? Eu quero um país em condições! Eu quero um país onde com as minhas habilitações possa ganhar 5000 euros na boa, sem que o custo de vida esteja exacerbado!

Dia 20 vou olhar para o boletim e pensar: "What the hell have I ?" Viro à direita e vejo uma cambada de betos com idade para ter juízo mas que não passam disso mesmo, uma chusma de betos todos contentes por terem ideias que agradam às mamãs.

Vou para o centro e dá-me uma vontade inexprimível de me tornar um terrorista apartidário sem causa. O centro esquerda dá-me vontade de encarnar o Una bomber. O centro direita o Moriarty (XXI).

Viro à esquerda e vejo radicais e/ou bem pensantes que pensam que o ser o humano é o da definição de Rosseau.

Cá para mim ainda vou votar no Movimento do Doente (nem sei quem ele é!) e depois arranjo uma doença catita para me darem um belo tacho.