Fala-se dos exames da primária do Estado Novo e encontramos logo quem fique com pele de galinha de tanto prazer. Bizarro é que muitos destes entusiastas são mais ignorantes do que um miúdo do quarto ano, acerca das matérias que dizem ser essenciais à formação de um cidadão. Além disso, parece haver uma vontade de infligir um sofrimento aos petizes, como que fazendo um ajuste de contas com a própria infância. E isto é o mais preocupante: quando a mente está obnubilada por armadilhas emocionais, quando devia estar limpa e focada no objectivo de melhorar algo tão importante como o ensino de crianças. E isto não é fábula. Basta vermos a forma quase agressiva como os defensores da rigidez e austeridade no ensino se posicionam nas discussões.
Depois temos um ministro que decide reinstituir o exame de 4º ano. Mas há dúvidas de que esta jogada visa agradar finalmente aos velhotes a quem está a ser roubada parte da reforma? Há dúvidas de que este exame é uma forma de acalentar o coração de quem soube, uma vida inteira, as quatro dinastias portuguesas, não lhe tendo servido essa informação para mais do que fazer boa figura no programa do Malato?
Espero que não haja atrasados mentais que vejam nestas ideias uma desvalorização da História portuguesa. Muito pelo contrário. Entendo que o ensino deve alentar para a descoberta, para a auto aprendizagem, para a liberdade de conhecimento. O ensino baseado no decoranço esvazia a auto determinação, a vontade de conhecer mais.
5.28.2012
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