11.25.2004

Escravatura

Leio um post sobre a escravatura, em que os escravizados são os Europeus, e lá vem um esperto logo dizer que o texto é falacioso (falascioso como o tal senhor escreve) porque é desculpabilizador das atrocidades que os europeus e, em especial Portugal cometeram. Porque é que as pessoas, em determinados assuntos, não descolam dos registos de sempre? Obviamente que entre pessoas civilizadas, condena-se e reconhece-se como hedionda a prática da escravatura. Mas isso não deveria significar que todos tenhamos a mesma opinião acerca da culpabilidade de uns e de outros. A escravatura faz parte da História da Humanidade e não da História de Portugal. Ainda bem que nos países civilizados ela não existe (espero eu). Dever-se-iam preocupar os puritanos em lutar contra as escravaturas existentes por todo o mundo. O problema é que esses países são do agrado dos ditos puritanos que admiram a sua cultura e exotismo. Paradoxos de noveau riche...


O post é este:
http://bde.weblog.com.pt/arquivo/043824.html#more








11.19.2004

Bizarro?Cool!

Há para aí uns quantos alternativos que há força de querer ser originais caem no ridículo. Atente-se: podem identificar-se com o estilo mais contemporâneo existente, mas como o objectivo mais importante de uma corrente artística não é identificar-se com a mesma, mas sim apreciar e desenvolver o conhecimento acerca desta, os alternativos depressa procuram algo mais para que sejam mais originais e solitários nos seus gostos. A originalidade é quase sempre uma coisa positiva, assim como a procura de "novas ondas", o que é grave é aceder a conteúdos com o único objectivo de impressionar e de se distanciar dos restantes. A beleza da elevação pelo conhecimento reside na procura despreocupada deste. Quando se procura o conhecimento para conseguir elevação, está tudo perdido. Certo autor definia de forma brilhante o conhecimento pela Literatura afirmando que Esta não existia para nos elevar mas sim para nos confinar à condição de seres humanos medíocres. Ao ler certas obras, como podemos dizer que nos estamos a elevar, se na realidade estamos perante um génio a que jamais conseguiremos chegar?Concordo bastante com esta ideia. Desta forma parece-me preocupante que certos alternativos procurem estilos totalmente absurdos e vácuos apenas para provarem a sua originalidade. Provavelmente têm receio de reconhecer aquilo que nunca conseguirão compreender.

11.09.2004

Humanidade

Volto a reafirmar a minha confiança na humanidade. Não de uma forma humanista(Poça!), mas de uma forma racional. Obviamente, o meu orgulho na humanidade não se deve ás massas mas sim ás elites que nos têm salvo de grandes problemas ao longo dos anos. Também acredito que a evolução das elites encoraja o desenvolvimento da população. O gajo que engendrou a roda, permitiu que toda a comunidade evoluísse com a sua engenhosa invenção (atenção?? descoberta??).

Não sei se a Humanidade caminha para a auto destruição, mas se isso acontecer será devido á sobreprodução de seres humanos na zonas mais pobres do mundo. De forma positivista acredito que os problemas ambientais serão resolvidos com incríveis desenvolvimentos tecnológicos. Não vale a pena acusar-me de ingenuidade cientificista porque a história é que me possibilita esta esperança. A humanidade conseguiu sempre fazer frente ás adversidades. Eu próprio preferia que se respeitasse o protocolo de Quioto, mas também preferia que me saísse o totoloto... O mundo não é perfeito, é humano.

Quando nos apercebermos da grandeza e da luz da humanidade no Universo, tudo ficará melhor!! (YEEIIIIIIIIIIIIIII)

11.08.2004

Ecletismo

Foi com certa náusea que há dias ouvi o batido conselho: "Temos que ouvir de tudo um pouco". Este conselho referia-se ao facto de num determinado bar estarem a pedir para passar música trance, ao que eu me opus barafustando ebriamente. Porque é que as pessoas têm solução para todos os problemas baseada na igualdade, neste caso, de gostos? Faz algum sentido todos ouvirmos de tudo? Hoje um rock n´roll, amanhã um trance, depois uma pimbalhada, a seguir clássica... Uma miscelânea do horror auditivo é o que estes ditadores querem. Alguém escreveu que o ecletismo é inimigo da produtividade e da criatividade. Eu concordo. Gosto de vários tipos de música, mas renuncio ao ecletismo, por príncipio e por comodidade. Se gosto, oiço, se não gosto, ou reconheço a qualidade da música e tento desvendar o seu valor; ou percebo a origem palhaçática do sonoro e deixo-o para os babosos que só querem é novas ondas e andar na crista da onda a bombar. Ainda bem que somos todos diferentes, mas ainda mal que há certo tipo de gostos.

11.02.2004

Birras

Já amainou a histeria à volta da saída do Professor Marcelo da TVI. Nada melhor do que umas eleições Americanas para alienar os jornalistas. Quanto a esse assunto parece-me óbvio o exagero de todas as partes envolvidas, quer seja quando falam de pressões e censura, quer quando falam de liberdade total dos meios de comunicação.
O que é interessante é perceber que o nosso Primeiro é reincidente neste tipo de situações, o que aliado ao seu passado de extrema-direita não abona nada em seu favor. No saudoso Big Show Sic passava uma divertida e humorísticamente evoluída rábula (não me lembro do nome. Imperdoável!) que era interpretada por actores e actrizes da nata dos artistas nacionais, em que uma das personagens era o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes. Através da personagem o presidente Santana era apresentado como mulherengo, folião, mulherengo, folião, amigo de festas, amigo de muitas mulheres... Enfim, qualidades que ainda hoje certos sectores da resistência continuam a apontar ao nosso Primeiro. O pior é que nessa altura o susceptível do Santana veio ás televisões dar uma conferência de imprensa em que se dizia injustiçado e atacado pela garbosa rábula do prestigiado Big Show. Além disso, pediu ao PR Jorge Sampaio para intervir neste tipo de situações, ameaçando que abandonaria o cargo de presidente da Câmara e que deixaria a política, se o programa continuasse daquela forma a "distorcer" a mente do Zé Povinho. Obviamente o Presidente não fez nada e o programa ao que sei não sofreu alterações ( disto não tenho a certeza) e o nosso Primeiro continuou o seu brilhante percurso. Toda a gente se riu do infeliz do Santana e esperaram que lhe passasse a birra, incluindo o PR. O problema é que o PR ofereceu-lhe (mais tarde) o cargo de Primeiro Ministro e quando aconteceu este episódio américolatinesco, fingiu-se muito triste e abananado (como é normal), passando depois para uma agressividade sem paralelo ao dar um murro na mesa em que decorria um dos seus discursos e em que falou em liberdade de expressão e diversidade de opinião, em alusão clara ao caso Marcelo. O que esperava o PR do Santana? O mistério acompanhar-me-á muito tempo...
Não sei se chore, se ria, mas este país é mesmo um circo e os palhaços levam a sério o seu lugar na tenda. Pelo sim, pelo não, vou aprender a manusear os malabares...