11.23.2012

Um ano

Apesar de perto da iliteracia, sempre esforcei a poesia.
Mas de todas as poesias, nenhuma me rasgou a alma como a Mafalda. Chegada ao mundo, arroxeada... Rimos os dois, sob o sorriso complacente da mãe Carla, na cara do mundo, festejando este nascimento tão belo quanto valente.

11.06.2012

Um esgoto

A blogosfera regulava-se. Regula-se ainda, mas menos. Menos, porque os "grandes" foram caindo. Reconhecia-se o grupo dos elevados, dos médios, medíocres e os que nem valia a pena visitar. A blogosfera continha tudo mas com uma selecção livre e não combinada que, a esta distância, parece impraticável. Entre a direita e a esquerda havia folclóricos matizes, essencialmente em democracia. Comunistas e fascistas eram raros, até pelo cariz anti-democrático das suas ideias. Mas o espectro político só ganhava com a sua ausência. A blogosfera provou que a diversidade não implica obrigatoriamente extremismo. Eram bonitas e até literariamente enriquecedoras algumas querelas inter-blogues em que no fim o Gato Fedorento ganhava. Por outro lado até eram mais frequentes as vitórias da direita (como seria hoje?).

O FB é o contrário disto. O Facebook tem toda a escória a céu aberto, sem limite e sem advertência para cheiro, sem post amigo a impedir-nos de entrar no lodaçal.

Pedem-se mortes, saúdam-se suicídios, clama-se pela queima das bruxas... As páginas de FB parecem o jornal pessoal de alguns que ao invés de se mostrarem seres impolutos, políticos rectos, pessoas de bem, só reafirmam o carácter fascistóide que sempre os regeu.