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Há alguns meses que encontrei neste sítio a divulgação do álbum de Karl Höcker. Agora, o telegraph dá-lhe destaque. No texto vemos a admiração com a normalidade aparente do quotidiano nazi. Como se os SS de Birkenau não fossem humanos. Como se as ajudantes que alegremente comem amoras ao lado do fumo dos cadáveres a arder, não fossem humanas. No artigo é considerada surrealista a fotografia em que um acordionista toca para alguns oficiais e ajudantes que cantam. Porquê surreal? É fácil afastar a ideia de que os nazis não são pessoas. Mas assim vais ser mais difícil compreender a hecatombe moral, que durante aqueles tempos se abateu sobre seres humanos. Retirando a humanidade dos indivíduos que fizeram parte do regime, asseguramo-nos perigosamente que tal não pode voltar a acontecer. Um nazi é um doente, mas é uma pessoa.
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