6.29.2009

Seitan à mediterrânico carnívoro

Acho que já disse aqui que o post mais visitado deste tasco é um que dediquei a uma receita de perca do nilo.

Pois bem, apostado em quebrar o recorde da perca, chega o seitan.
Corta-se uma cebola grande em pedaços pequenos e deita-se num tacho. Depois, manda-se para lá uma dose amigável de azeite (extra virgem claro, que aqui somos conservadores no que toca a cozinhados). Se não se for britânico, picam-se quatro alhos bem picados e misturam-se ao que já está no tacho. Deixa-se lá o azeite a curtir o aroma da cebola e do alho. Cortam-se uns oito tomates secos às tiras e umas 8 generosas rodelas de chouriço fixolas (porco preto de barrancos dá) que se dividem em quartos. Liga-se o gás* e espera-se que a cebola fique amarela para lhe juntar o vermelho do tomate e do chouriço. Há alguma bandeira vermelha e amarela? Quando dentro do tacho estiver um bordel de cores e sabores podemos deitar o seitan (250 g) triturado. Como o seitan vai ser misturado com esta cambada de mediterrânicos não necessita de pré-tempero. Agora que está lá tudo é só misturar piri-piri e uma pitada daquela pimenta que vêm cinco numa embalagem. Ou então pimenta preta só. Ou ainda, pimenta rosa para quem estiver numa de radical.
Bom, deixa-se cozinhar 15 mintos e a 5 minutos do fim deita-se feijão vermelho cozido (não precisa de ser muito). O de lata está bem, mas nada como aquele cozido em casa que fica como manteiga...

Para acompanhar é pôr um tabuleiro de tomate cherry com flor de sal, umas folhas de manjericão e azeite (sim, extra virgem) no forno durante 5 minutos. Quê, querieis arroz? Não.

E como já vos venho habituando à produção e realização de vídeos de grande qualidade...

Aqui estão os Skatalites em Abril no Santiago Alquimista. Alerto-vos para o genial plano de cima para baixo.

Ninguém disse que ia ser fácil

Mas vivemos tempos de confusão na sociedade. Perdidas as rígidas regras de estar em sociedade, é alucinante viver e lidar com pessoas no mundo de hoje. Não que eu gostasse da rigidez societal do passado, nada disso, sou muito cioso da minha liberdade para o avacalhanço... Mas os limites senhores! Os limites! Da destruição das barreiras nasce uma estirpe de descomplexados que impõe a sua nova ordem absurda de moralismo à la carte, conforme a conveniência, adjuvado de falta de sentido quanto à decência que se quer quando falamos com outros seres humanos. A privacidade já não é amada por aqueles que se dizem da liberdade. A forma como temos de lidar com exposições alheias de histórias privadas (contadas na primeira pessoa) são para mim um novo patamar no chavascal em que se andava a tornar o relacionamento interpessoal. Como dar a entender a pessoas adultas que há coisas que não se contam? E se essas pessoas forem altamente argutas na avaliação dos erros de outrem? Bom,não somos todos? Sim, por isso devia haver regras. Para aqueles com menos clareza de espírito ou enormes doses de narcisismo que insistem em contar aquilo que deviam guardar. É um pouco como a regra da faca virada para o prato. Parece uma merda da Bobone, mas que dá jeito ter a faca assim, dá. E há quem a coloque bem sem nunca ter percebido porquê. Na sociedade é o mesmo. Se há pessoas que não percebem o que não devem dizer, sigam o código, está lá tudo. Por respeito por a si mesmos.

6.26.2009

Erro Infesto

Este artigo saiu no Diario Insular em Março e é sobre batatas e carneirada. Atentai que o RS é o Rogério, o PN é o Paulo e eu sou PP.

São as festas

As Sanjoaninas, mas o concerto de José Cid na segunda-feira em especial, têm-me impedido de actualizar isto.

6.21.2009

The bright side

Uma coisa boa de se estar num bar frequentado por malta das dependências é que as casas de banho são principalmente utilizadas para preparações químicas, o que as mantém num bom estado de limpeza.

6.17.2009

Assim sim, caralho!



Depois de termos tido um final da década de 90 deplorável ao nível de lumes, (os Limp Bizkit são os Wham! da minha vida. Não resisto a trautear uma musiqueta dos gajos, mas não me orgulho disso. Korn são os Pet shop boys vá. E depois temos aquelas impossibilidades como Creed, Nickelback, os inenarráveis Puddle of mud, os bostas Staind e ainda os conards do Linkin Park (estas bandas, Graças a Deus, sempre desprezei com veemência)), chega-nos uma final de década de zero com uma potência apreciável. Até os Biohazard, lembro-me agora, editaram um álbum em 99 que foi uma desilusão tremenda.

Agora, em 2009 temos já muito com que nos alegrar: este álbum de Gallows é de um poderio que eu pensava ter fugido para não mais voltar. Ide ouvir "Dread the night". Tivemos os Mastodon com uma merda que podia ter saído furada (músicas muitos compridas) mas em que se safaram em grande com malhas que já eram clássicos antes de serem gravados. Os Rancid voltaram também com um álbum muito bom que tenho ouvido com alegria e vontade de beber cerveja.
Não esquecer os Raconteurs com Consolers of the Lonely, o meu álbum da década que vai acabar não tarda nada. Cada uma das músicas é um hino (fora com a pieguice)ao rock. Ainda por cima parece que o Jack White limpou os enfustres ao vocalista dos The Kills( estou para ver o resultado da parceria)... 20 valores para ti Jack! O Rather Ripped saiu em 2008. Agora The Eternal que não parece tão bom, mas depois de Rather Ripped o que é que eu queria? Uma máquina? Para isso estão aí os Iron Maiden a mandar álbuns iguais todos os anos (e isso está bem para mim).
E os Queens of the Stone Age? Também a ajudar a esta miríade, para não dizer panóplia, de bandas geniais e honestas que me atormentam a bigorna. O Era Vulgaris não é fácil não senhor, mas é bom. Até em Portugal tivemos aí umas merdas boas. O pessoal da Flor Caveira a represent (uns mais fixes que outros é certo, mas todos com atitude e isso no Roque é quase tudo). E aqueles Dead Combo com boa onda alternativa, ao contrário das bandas secantes que normalmente tentam ir por caminhos laternativos que são quase sempre a sarjeta. Aqueles Linda Martini também está bem. Em 2007 os Mata-Ratos com Um Trilogia Portuguesa, o melhor álbum dos gajos.

Podia agora também falar do Mark Lanegan e do contributo que ele tem dado que dava para ele, sozinho, arrumar tudo o que há de Nu Metal (já lhe arranjaram nome novo?), mas eu do Mark Lanegan não me atrevo a falar que aquilo não está ao alcance das minhas capacidades.

Adenda: Faltaram muitas bandas e muito bom som. Entre eles, os Okkervil River. Obrigado por me lembrares Carlita.

6.14.2009

Férias de política? Não.

Denoto com denodo que uma parte das pessoas afectas a determinadas ideologias, o são por razões um pouco comezinhas, para não dizer disparatadas. Por haver mais esquerda neste país, é desse lado que tenho exemplos mais engraçados. Há os que são de esquerda porque se sentem mal por terem vidas privilegiadas. Numa espécie de culpa estéril, em vez de se dedicar a expedições humanitárias a países do Terceiro Mundo, este pessoal come um tornedó com apontamentos de pimenta rosa ao almoço para ir depois expiar a culpa nas ruas contra o capital que de forma desenvergonhada lhe põe comida tão apetitosa no prato enquanto outros nem para salsichas nobre têm.

Há aqueles que o são porque pensam que ser de esquerda é tirar aos ricos para dar a si próprios. Pessoas que viveram sempre com os olhos nas Reebok Pump (eu também as invejei)dos amigos mais abastados e que nunca largaram esse feio sentimento de querer ter o que os outros têm. Assumem que quem tem mais, devia dar tudo até todos terem o mesmo. No fundo, o que querem é ser mais que os outros sem ter de trabalhar muito. São os piores.

Por último há os medricas. Os que são de direita até na questão da unha negra do dedo mindinho, mas têm vergonha e por vezes medo dos amigos de esquerda. Começam invariavelmenete as frases por: "Eu sou de esquerda, mas...". Normalmente saem do armário nas piores alturas e com a força de um vómito aguentado durante uma noite inteira.