Há uns 6 anos atrás enquanto conversava com um quase amigo da Universidade (Paulo se estiveres a ouvir não leves a mal, mas és quase amigo porque nunca cheguei a apanhar uma bebedeira contigo. Quando te apanhava, já eu estava bêbedo) acerca de questões nada relevantes para a cultura, mas importantes para nós naquele momento (lembro-me que discutíamos o facto de as pessoas passarem por uma moeda de cinco cêntimos que estava no chão sem a apanharem) aconteceu um episódio para mim assaz curioso. O Paulo disse:"Alto Cena".
Aquela expressão ribombou-me nos ouvidos e por pouco não destruía a minha bigorna. Pensei que talvez fosse o Lobby gay a tentar pela via da linguagem, a confusão sexual. Sendo o Paulo straight, e um dos gajos mais inteligentes que conheci pelos anos de estudante, assumi que ali estava apenas mais um expressão tipicamente urbana a que eu me deveria habituar.
Passados dois dias, como praga de gafanhotos comecei a ouvir pessoas de todo o lado a tentarem outro ataque à minha bigorna. Agora tentavam o terrível: "Ou não..."
Eu- Quero comprar o passe do metro por favor. Há desconto de cartão jovem?
Sra. da cabine- Há desconto... Ou não...
Eu- Com licença.
transeunte- Faça favor. Ou não...
Eu- Olá! Bom dia.
Transeunte 2- Olá! Ou não...
Eu- Eeeehih foda-se! Ia escorregando!!!
Transeunte observando- Isso aí está perigoso. Ou não....
Estas duas historietas servem apenas para confirmar a minha falta de esperança na humanidade. Tenho 25 anos, e continuo a ouvir estas expressões. Pior, pior é que há quem as adopte como a última moda ao nível das piadolas, ou de gabarito jargonal.
Gabarito jargonal. Sim senhor.
11.01.2006
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