10.08.2009

No future

O ser humano é pensante. Raciocina. Filósofos, cientistas, teólogos tentam todos os dias perceber qual a nossa origem, o nosso propósito e sonham com um futuro brilhante. E aí, os cristãos têm razão. Está tudo na Bíblia, não há grande volta a dar. Se a ontogénese imita a filogénese, diria que a vida de uma pessoa imita o percurso da humanidade. Vejamos: na Bíblia começamos com o princípio. Ãh, é ou não é? Depois temos um velho testamento com agressividade, violações, crianças passadas a fio de espada, castigos absurdos, guerras santas e destruição de civilizações inteiras, inclusivamente, a certa altura, de toda a humanidade menos de Noé e uns quantos mais. Depois chega Jesus e começa um era de paciência, de saber ouvir e falar com calma, dando hipótese e espaço para a mudança à terrível humanidade. Temos como que um último indício da maldade dos homens com a Crucificação. A evangelização que se segue promete o melhor para todos. Mas no fim, o que temos? O livro do Apocalipse. Um típico, "Ai é? Então tomai lá e ide todos para o Inferno." Como que uma desistência da humanidade. Mais uma vez, só uns poucos serão salvos, mais uma vez a bosta dos homens toma conta do mundo e só a destruição de tudo nos chegará.

Na vida também começamos por nascer. Depois a infância, que é um tempo de aprendizagem de limites, de compreensão do Eu, dos que nos rodeiam, das regras pelas quais nos devemos reger, ou seja, uma série de angústias e de violências que moldam a pessoa que vamos ser. Depois, uma fase de acalmia vem com a idade adulta. Percebemos que nem tudo é mau e que se soubermos ouvir e falar com paciência conseguimos milagres. Mas há uma altura em que percebemos que vai haver mais intragáveis do que o que pensávamos. Afinal o Velho Testamento é que tinha razão, mas o Apocalipse é uma hipótese de voltar atrás. O mundo é um tal jogo de azar, que as probabilidades de encarar coisinhas que nos fazem querer tocar a sétima trombeta, aumenta sempre que nos levantamos de manhã. E acaba a esperança de que aumente a percentagem de pessoas melhores.

Muitos falaram sobre estas coisas todas. Nietzche, o parvo do Sartre, Kant, Sócrates, Bertrand Russel,Heidegger, Maquiavel... Mas é tudo tão simples.

"Acordo de manhã
Com o perfume da desgraça
Zombies descontentes arrastando as carcaças
Danados da vida, ar triste e carrancudo
Carregam às costas o peso do mundo

Eu não quero que me fodam a cabeça
Eu só quero é cerveja e depressa
Se o mundo acabar e morrer ao meu redor
Venha outra rodada, não me fodam por favor"

"Outra rodada" - Miguel Newton

6 comentários:

psilipe disse...

Chiça... Onde desencantaste esta cor de template?

PedromcdPereira disse...

Foi o Outono. Ou tou numa de cores macacas. Tira senha de reclamação.

Darkstar disse...

N sei se Ele concordaria contigo:

http://www.youtube.com/watch?v=yDTo2XpLa5s

http://www.youtube.com/watch?v=8KxyNm6Zhs4

A Côca disse...

continua a doer-me o zolhos. E no Outono não me costuma doer o zolhos.

PedromcdPereira disse...

Também acho que não...

psilipe disse...

Cheira-me que estás numa de cores macacas... Mas fica lá com a senha de reclamação guardada. Não é caso para colocar em causa a insuspeita qualidade do tasco.