Num artigo d'O Repórter, em finais do século XIX, da autoria dos Vencidos da Vida percebemos melhor aquilo que se passou no parlamento entre Candal e Martins (podiam fazer uma série cómica). Lê-se no artigo que o sistema parlamentar não faz sentido em Portugal. Que o sistema parlamentar foi pensado para países aristocráticos como a Inglaterra, locais onde os parlamentares sabem as elementares regras do trato e do saber estar. Que em Portugal o parlamento era um pardieiro onde o calão e ofensa abundavam, o que lhe tirava legitimidade. Sim, que esperar das leis que saem de um sítio onde se chamam nomes uns aos outros? Os palavrões são benfazejos, mas com comedimento.
Claro que não concordo com a visão simplista do artigo. No fundo concordo mais com o sábio Churchill que nos avisou para as desprezíveis falhas da democracia, que no entanto é o único sistema possível num mundo que se quer civilizado.
Mas está ali naquele texto a doença de que padecem os políticos em Portugal. Da mediania, da mediocridade, da falta de sentido...
3.07.2009
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