10.31.2007

It's a sunny daaaaaaaaay...

Acabo de ouvir a música Shout it Out dos Fonzie e digo-vos sem ironia, que lá para o final se encontram 20/25 segundos de qualidade.

Nico!



(Notai no fim um pequeno engano da belíssima Nico, bem disfarçado pelo marado do Lou Reed)

10.28.2007

Os ódios

De vez em quando alguns seres humanos, por fazerem parte de um patamar lamacento da existência, criam ódios em relação a pessoas por se sentirem ofendidos na sua condição normalzinha e rotineira. No meu caso irrito pessoas pela forma como escrevo no blog. Claro que isso tornou-se mais notório quando comecei a escrever no Tarrento. Ainda anteontem alguém verteu a sua porcaria acerca de alguns dos meus postes numa caixa de comentários de um poste que nem sequer era meu. Claro que isso só prova que o mono fez bem em convidar-me para o blog, na esperança de aquilo começar a agitar-se um bocado. Não contou foi com a cobardia/consciência/arrependimento (riscar o que não interessa)do dito odioso.

O que é triste é que sendo eu um tipo que luta a cada poste com a sua própria iliteracia, seja julgado como alguém que escreve sobre coisas demasiado complexas. É o mesmo que virem criticar o Noddy por ter uma linguagem demasiado filosófica para os adultos.

O que é triste é pessoas do século XXI sentirem-se ameaçadas por comentários livres sobre política de um tipo que não sabe a diferença entre o Pol Pot e o Che Guevara.
O dito comentário sugeria que as minhas convicções políticas se sustentavam em meio pilar. Eu acrescento que esse meio pilar é de madeira, não é de mogno, e está carunchoso faz tempo.

Como é óbvio estes ódios com que me vou deparando pouco mais causam do que uma leve sensação agradável.

10.26.2007

Já desconfiava, mas eis a confirmação

"Cristo ressuscitou ao terceiro dia apenas para ver o Rui Costa a jogar a titular no Benfica - Sporting. Se não fosse por isso, ressuscitaria apenas na semana seguinte para ver o Benfica - Estrela da Amadora, a contar para a Taça."

No Blog Rui Costa - O Mito


Encontrado no Blog do Mota.

Coisas do Caraças

Hoje andei à procura de um guarda-chuva em várias lojas e só na quinta é que consegui. Na quarta loja indicaram-me a tal em que consegui comprar um artefacto minimamente capaz de proteger da água celestial que não me envergonharia se encontrasse a Scarlett Johansson num dia chuvoso como os de Hong Kong, e a medo ainda me apontaram "os chineses" para comprar o tal guarda-chuva. Tendo explicado que procurava um guarda-chuva decente, exclamaram com um ar definitivo "Ah, pois! Então aí não..."

Esta dificuldade toda numa Ilha em que chove como agulha num palheiro.

No fim, o guarda-chuva era made in china...

10.22.2007

Troca de favores

Há algo corrente na sociedade em que tento viver no dia a dia com algum sacrifício, e que se junta a muitas outras coisas que me fazem ser pessimista em relação ao futuro, sem necessidade de incluir o degelo polar nas negras conjecturas. É a situação instituída da troca de favores em que por pedirmos um favor e este nos ser concedido, estamos obrigados a ceder qualquer coisa sem necessidade de sermos consultados quanto à nossa vontade.

É a civilização que está em jogo. Tantos anos a transformar matarruanos em tipos que sabem pedir (com mal amanhado discurso é verdade), para agora cairmos na maldição do tipo que absorve para si uma superioridade pequeno-burguesa "here I am doing favors to persons, I'm needed" por levar uma carta ao marco de correio, que de seguida assume que os selos que levou a mais serão para seu uso pessoal: "Afinal estou a fazer este favor, tenho direitos".

10.18.2007

Vigésima Terceira Facada VII

Subia J.B. pela corda que o levaria ao vigésimo terceiro andar, quando um gato lhe miou de uma das janelas do edifício que escalava. Sorriu-lhe e continuou. A noite estava morna e a lua nova oculta. J.B. é batido nisto e enquanto sobe vai pensando no novo sofá que comprou, no jogo que o seu Sporting perdeu e no almoço que irá preparar amanhã depois de ter comprado aqueles belíssimos salmonetes durante a tarde em que passeou pela praça. "De manhã vou comprar um pedaço de presunto bellota, faço uma pasta com farinha de milho e misturo tudo no almofariz para servir de recheio. Tomilho de limão..." Quando deu conta, estava no seu destino vertical: a ampla varanda que havia vigiado todos os dias, fazia agora um mês. "Sacripanta de varanda mais o teu dono, que grandes secas me têm espetado durante este mês de Setembro! Ainda por ciiiima éés puf, difícil de subir sem fazer barulho. Ainda é um bocadinho até lá a baixo". J.B. está sentado escondido no meio da plantas que abundam na varanda à qual acabou de escalar. Está cansado e ainda não acabou de pensar no que tem de comprar para fazer o seu almoço amanhã, por isso aproveitará estes dez minutos para as duas coisas: descansar e pensar.

Os dez minutos passaram, J.B. tem que terminar o que começou e sente-se contente por já ter passado o mais custoso e enfadonho. Nunca gostara muito de escalada apesar de ter habilidade com cordas e grampos e de parte da sua vida profissional hodierna ser dependente desta capacidade altamente apreciada e reconhecida pelos patrões que tem tido. O trabalho de hoje pode servir-lhe para viver dignamente durante 4 meses. "50 000?! Pode começar a procurar outra pessoa, porque há aí muitos novatos que gostariam de ter a oportunidade de fazer este serviço, não há paciência para estas discussões que começam sempre de forma despropositada do ponto de vista do conteúdo discursivo. Com mil milhões de mil macacos, sabe bem que eu não vou fazer isto por 50 000! - O.K. Pago 50 001. - Ai a merda! - Eheheh! 75 000. - Não. E sabe que eu sou um tipo sensato, não lhe vou sacar só porque sim..."

J.B. entra na casa de forma obviamente furtiva depois de ter colocado os seus goggles e dirige-se ao sítio destinado. Pelo caminho vê uma foto de J.D., um tipo mais ou menos da sua idade " Tive que aturar a tua fronha um mês. No more. Eheheh..." Empurra vagarosamente a porta do quarto onde confirma estar J.D. sozinho a dormir. Rapidamente e sem barulho saca a sua glock com silenciador e laser que não lhe permite falhar mesmo que a moral lhe tente pregar uma partida como daquela vez na Estónia em que a um segundo do gatilho e 3 metros da vítima atarantada, lhe passaram imagens de florzinhas e campos verdejantes por onde a vítima passeava cheia de vida, tendo J.B precisado de esvaziar o carregador para conseguir acertar, tal era o peso da consciência, "Trinta e quatro pessoas depois acontece-me esta! Ele há cada uma..." Vinte pessoas se passaram graças a J.B. e nunca mais a consciência o voltou a incomodar. Jogando pelo seguro apetrechou a arma.

A arma está quase colada ao peito de J.D. quando J.B. dispara os três secos tiros. Atónito vê J.D. levantar-se assustado e correr para o armário da cozinha enquanto ainda lhe dispara mais duas "ameixas" na nuca falhando outras tantas, mas J.D. corre como se tivesse a certeza que de que haveria amanhã. E correu, pegou num facalhão e dirigiu-se a J.B já completamente oprimido pelas imagens que os seus olhos haviam transmitido ao cérebro e que não conseguia processar... Enquanto sentia a facada no pescoço e no peito lembrou-se dos salmonetes que haveriam de estragar-se e esvaiu-se em sangue antes de se decidir entre o tomilho de limão ou a segurelha.

J.D. telefonou à namorada, aos amigos, à polícia e ao hospital. A estes dois últimos foi difícil explicar a história da visão da faca que lhe falou sobre a vigésima terceira facada, para os amigos e namorada que já a tinham ouvido, foi um alívio porque afinal J.D. não estava louco.

10.14.2007

Das susceptibilidades

Ontem, depois de uma noite de copos fui ler o Trento na Língua onde li um texto do blogger star Tiago Cavaco, acerca da sua opinião sobre as festas que se têm feito em honra de mais um ídolo católico: a nova basílica de Fátima. Não gostei do que li, porque os evangélicos tendem a olhar com soberba para os ritos católicos e Tiago Cavaco é demasiado acutilante para um tipo que chega casa e lhe apetece escrever umas estultícias. Foi o que fiz na caixa de comentários.

Depois de voltar a ver hoje novo espectáculo à porta da basílica, não sei se me devia ter dado à parvoíce. É que se as imagens da TV não demonstram a totalidade dos devotos a Fátima (basta-me pensar nos meus pais), não deixa de ser um pouco irritante a recorrente falta de educação e bom senso de pessoas que deveriam comportar-se de forma diferente se respeitassem e conhecessem a mensagem da Virgem.

10.10.2007

Pleno Outubro

E ando por aqui em tronco nu. Além de não ser nada bonito de se ver, já tenho saudades de apanhar uma geada no lombo.

10.07.2007

Sexteto Benny Golson (ontem no Angrajazz)



Neste vídeo belos solos de contrabaixo e de bateria, com o mestre a tocar um pedacinho no fim. Cuidado que eles andavam lá lixados com as câmaras que filmavam!

10.06.2007

No dia

em que o mar deixar de ser salgado, só existirão peixes e marinheiros de água doce.

10.03.2007

Cuban Necktie

Diz que o assassino que assassinou o assassino Ernesto Guevara, foi a Cuba curar-se da cegueira. Depois da cura, a bomba explodiu na democrática imprensa cubana que unanimemente ladrou contra tal abjecção: "mas o tipo que matou o nosso Ernesto 'te la doy en la cabeza cerdo capitalista' Guevara veio curar-se a um hospital cubano inaugurado pelo Evo Morales, grande admirador do Ernesto 'revolución o te mato la família, cabrón un poco contra el comunismo' Guevara? Aonde é que vamos chegar? Judeus curando maleitas nas câmaras de gás de Auschwitz?"

Como é que um tipo decente não há-de preferir uma religião que nos ensina a curtir quando o inimigo precisa de nós, impelindo-nos a ajudá-lo como forma de o compelir a seguir-nos nesse caminho positivo, a uma outra religião que se diz humanista, pela humanidade e pelo homem que se sente ultrajada por um homem ter recuperado a vista?