Fala-se de diálogos de surdos na Net desde que os blogs e a as caixas de comentários existem. Desde o início concordo com os que os denunciam e desde sempre neles participo. É uma tristeza, mas a impulsividade leva-me a confrontar e comentar de forma livre e bruta nas infâmes ciaxas de comentários. Há os que não resistem a entrar em bordéis, pelo que a minha culpa diminui quando me desculpabilizo desta forma.
Não sei o que as pessoas normais procuram nas caixas de comentários. Mas não há-de ser sabedoria concerteza, nem muito menos demonstrá-la. A maioria procurará estabelecer um contacto informal e descontraído com o Postante. Outros há que procuram o mesmo que eu em inúmeras ocasiões: verter de froma livre e bruta aquilo que o seu bom senso não lhes permite guardar para si. Clinicamente chama-se baixo limiar de passagem ao acto. Havendo uns que matam por causa desta mesma condição, não é grave. O que é grave é a existência de moralistas e utópicos que crêem que a caixa de comentários pode ser uma tertúlia ou um belíssimo poiso para uma conversa intelectual. Claro que não concordo com a javardice, mas escusamos de andar a armar aos Cágados. Debater questões filosóficas numa caixa de comentários é o mesmo que mandar cabeçadas numa parede para a demolir.
Sabendo que o diálogo é de surdos, e reconhecendo que não se podem tirar grandes conclusões nas caixas da blogosfera, porque raio é que eu não posso dizer que o Bento é melhor que o Yashin, sem ter medo de levar uma lição de futebol, que ainda por cima já tive e à qual passei?
3.05.2007
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