2.28.2013

Um cinema infantilóide

Joel Neto aponta, e bem, a infantilização do cinema que tem arrastado zombies incautos para um cinema vazio e cada vez mais longe de um entretenimento com um causa. Cinema tem sido sinónimo de dinheiro, óculos 3D e vácuo mental.

Com Moonrise Kingdom o espectro da infantilidade cinemática não desaparece por razões óbvias. No entanto, não deixa de ser irónico que apesar de protagonizado por crianças, seja mais maduro do que a maioria da escória que por aí anda com bonecada de super heróis e tal.

2.18.2013

Uma moral à tua medida é uma imoralidade

Haverá poucos assuntos tão debatidos quanto este. Mas é fácil e até a Bíblia explica: quando o fariseu dava graças a Deus por não ser pecador, Jesus apontou o publicano, humilde e consciente da sua imperfeição, como o mais valioso para a moral. Este último nem se atrevia a entrar no Templo para não chatear muito.

Assim encontro eu, mercê desta sempiterna crise, cada vez mais fariseus preparados para apontar as batidas e repetidas faltas do pobre português. A cunha, o favorzinho, a subserviência. A verdade é que cada vez mais, mercê desta malvada crise, vejo os mesmos fariseus adaptarem com uma naturalidade abjecta os padrões anteontem tão exigentes com o Relvas.

Pode ser uma espécie de cobardia assumir o lugar do publicano, mas nestas coisas da humanidade, de peito aberto só se for para o bem de todos. Quando é para armar ao pingarelho costuma ser revelador de fraqueza.