9.23.2011

Um mundo de falsas inquietudes

Dimitri Karamazov expunha-se ao opróbrio como forma de auto-sacrifício, construindo um próprio sentido da vida quando à sua volta os objectivos pessoais de sobrevivência lhe eram totalmente estranhos. As relações eram o mais importante e só testando continuamente pôde certificar-se da realidade dos seus e dos sentimentos dos outros.

Não somos todos iguais e não o sendo, é difícil apontar os comportamentos errados e os certos. Onde acaba a legitimidade do sofrimento, onde começa a complexidade humana?

Quando não aceitamos os objectivos que toda a gente parece querer abraçar, escolhe-se um caminho difícil, por vezes só recompensador no limiar da loucura. A angústia serve demasiadas vezes de combustível para uma máquina que derruba realidades impostas, que altera caminhos previamente alcatroados. Essa angústia rouba, não raras vezes, a força necessária para reconstruir.

1 comentário:

Carlita disse...

-suspiro pesado-
Parece difícil viver assim... será que quem o faz, fá-lo por sua escolha, como o Karamazov? Ou porque não tem alternativa? Ou ainda, porque pensa que não tem?
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