Reconhecemos, em atitudes próprias mas mais em alheias certamente, que isto o ser humano fez-se observando primeiro os outros, a imitação de determinadas formas, gestos, falas, que sendo inevitáveis e inconscientes, constroem paradoxalmente a individualidade. Cada um de nós é uma amálgama de ADN (e outras coisas) de outros. Os génios são aqueles que criam formas mesmo novas de ser e , indo contra aquilo em que visceralmente acredito , arriscam em qualquer situação à escolha, a demonstração de genialidade.Ou seja, num mundo tão miscigenizado e amalgamado sem lugar para a diferença, porque todos o somos, podemos às vezes considerar uma parvoíce totalmente nova como uma genialidade, porque representa uma nova forma de humanidade.
Há quem leve isto à verdadeira parvoíce ou se perca numa extenuante e confrangedora luta contra a mediocridade que nos define inexoravelmente. Imitar ideias inovadoras, no sentido de que foram inovadoras, originais, acreditando que hão-de sê-lo sempre é, mais que triste, vergonhoso. Artistas mimetizadores de vidas que admiram, incapazes de ir mais longe, sentando-se apenas na bela varanda da segurança criativa decalcando pinturas, gravando músicas, copiando letras para depois apresentá-las como grandes obras de arte decerto influenciadas, mas ainda assim originais, belas e inspiradoras. Não, isso é imitação. Imitar vida, imitar o pensamento, tentar pensar pela cabeça dos intelectuais admirados, pensar pela cabeça do artista invejado, cria uma artificialidade que nunca poderá ser uma forma diferente e artística de viver, porque há tantos com esse desígnio de vida...
7.07.2011
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