7.29.2011
Fruição
Ele há coisas que nunca me despertaram a atenção. A condução, sempre a encarei como uma necessidade mais prazerosa quanto maior o agrado da música no auto-rádio. Raramente por si mesma esta actividade me despertou interesse além da vantagem da deslocação rápida.
7.25.2011
Não se trata de moralidade mas de desconforto
Ver a mulher de Saramago trabalhar sobre o nome de um génio literário como se por ter sido mulher, tivesse bebido da genialidade. Saramago vertendo babugem política, desculpa-se à conta de "Ano da morte de Ricardo Reis" ou "Jangada de Pedra" ou... Mas Pilar não tem nada. Ou se tem, não interessa de forma séria. Não sei o que é, decerto não será um problema de moralidade mas talvez de decoro.
7.23.2011
As meninas que queriam ser a Paula Moura Pinheiro
Deambulando pela blogosfera reencontro sítios outrora rotinas. O mesmo marasmo mascarado de angst intelectual, os mesmos textos, as mesmas ideias, as mesmas palavras difíceis, as mesmas afirmações de classe anti-classistas. Mas o pior, a mesma voracidade em construir um pedestal à custa de cadáveres que nunca existiram.
A crítica porque é cool criticar. O desconhecimento total do facto de que quanto mais conhecemos, mais nos devemos humilhar perante o mundo. Não de uma forma masoquista, mas sensata.
Uma felicidade: a falta de maturidade não é, de vez e de todo só masculina.
A crítica porque é cool criticar. O desconhecimento total do facto de que quanto mais conhecemos, mais nos devemos humilhar perante o mundo. Não de uma forma masoquista, mas sensata.
Uma felicidade: a falta de maturidade não é, de vez e de todo só masculina.
Quando assustamos
Sabemos que não estamos no caminho certo, mas a imperfeição que faz de nós humanos consegue tirar prazer de pequenas coisas... Erradas.
7.18.2011
Valer a pena
A Ilha Terceira é meiguinha no clima. Nunca está muito frio, nem muito calor. Humidade é a coisa que atrapalha um bocadinho. Mas a meiguice nem sempre é bom sinal. No Verão espera-se por dias de calor onde choramos por um mergulho no mar. Ontem e hoje acabou-se a meiguice e o sol dominou, o calor abafou e o mar aberto mas calminho, refrescou.
7.07.2011
Cópia sobre cópia
Reconhecemos, em atitudes próprias mas mais em alheias certamente, que isto o ser humano fez-se observando primeiro os outros, a imitação de determinadas formas, gestos, falas, que sendo inevitáveis e inconscientes, constroem paradoxalmente a individualidade. Cada um de nós é uma amálgama de ADN (e outras coisas) de outros. Os génios são aqueles que criam formas mesmo novas de ser e , indo contra aquilo em que visceralmente acredito , arriscam em qualquer situação à escolha, a demonstração de genialidade.Ou seja, num mundo tão miscigenizado e amalgamado sem lugar para a diferença, porque todos o somos, podemos às vezes considerar uma parvoíce totalmente nova como uma genialidade, porque representa uma nova forma de humanidade.
Há quem leve isto à verdadeira parvoíce ou se perca numa extenuante e confrangedora luta contra a mediocridade que nos define inexoravelmente. Imitar ideias inovadoras, no sentido de que foram inovadoras, originais, acreditando que hão-de sê-lo sempre é, mais que triste, vergonhoso. Artistas mimetizadores de vidas que admiram, incapazes de ir mais longe, sentando-se apenas na bela varanda da segurança criativa decalcando pinturas, gravando músicas, copiando letras para depois apresentá-las como grandes obras de arte decerto influenciadas, mas ainda assim originais, belas e inspiradoras. Não, isso é imitação. Imitar vida, imitar o pensamento, tentar pensar pela cabeça dos intelectuais admirados, pensar pela cabeça do artista invejado, cria uma artificialidade que nunca poderá ser uma forma diferente e artística de viver, porque há tantos com esse desígnio de vida...
Há quem leve isto à verdadeira parvoíce ou se perca numa extenuante e confrangedora luta contra a mediocridade que nos define inexoravelmente. Imitar ideias inovadoras, no sentido de que foram inovadoras, originais, acreditando que hão-de sê-lo sempre é, mais que triste, vergonhoso. Artistas mimetizadores de vidas que admiram, incapazes de ir mais longe, sentando-se apenas na bela varanda da segurança criativa decalcando pinturas, gravando músicas, copiando letras para depois apresentá-las como grandes obras de arte decerto influenciadas, mas ainda assim originais, belas e inspiradoras. Não, isso é imitação. Imitar vida, imitar o pensamento, tentar pensar pela cabeça dos intelectuais admirados, pensar pela cabeça do artista invejado, cria uma artificialidade que nunca poderá ser uma forma diferente e artística de viver, porque há tantos com esse desígnio de vida...
7.06.2011
À SIC e respectivos delatores
É preciso não ver a SICnotícias para sugeri-la como amiguinha da direita. Veja-se hoje a entrevista a Morais Sarmento para perceber que nem tudo funciona mal em Portugal. Nem tudo acontece pela subserviência ao poder.
7.05.2011
Condescender
É um dos verbos mais mal amados da língua portuguesa. Condescender tornou-se quase sinónimo de humilhar. Mas para mim é positivamente comovente observar em atitudes de amigos de longa data, a condescendência em relação às minhas ocasionais parvoíces discursivas ou de comportamento. Há uma barreira de maturidade que foi atingida onde o mais importante é a empatia, a amizade e a partilha. Ainda que às vezes apeteça mandar para o caralho, manda-se na mesma, mas como quem dá um abraço.
7.02.2011
30 anos
Lidar com garotada crescida e aprender com o espectáculo. Quem disse que viver era uma náusea não soube apreciar o quentinho vindo dos outros.
O Verão
Celebrado com o quadro de Willard Leroy Metcalf e um poema, repetido aqui de outro Verão, por Sophia de Mello Breyner.
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