3.24.2011
O Governo caiu
Alegremo-nos com isso. Mas reconheçamos essa patetice. Quem vier agora, não vai fazer diferente.
3.17.2011
Mundo vão
Os que se queixam de ser um mundo cão, quando são, eles próprios, cães derreados, dão-me vontade de vomitar. Mas depois passa e dão-me pena. Depois passa e dão vontade de rir.
3.16.2011
Falhanço
O grande falhanço desta geração é o da mimalhice. Todos mimados clamam por um mundo melhor quando continuam interessados no próprio umbigo. Cada um grita por unidade secretamente esperançado que os outros o reconheçam como especial. Só isso explica a estupefacção com que olham a falta de entusiasmo dos que não querem salvar o mundo. Uma geração de Calvins, mas sem graça.
3.10.2011
3.02.2011
Acerca do "Magnificent Ambersons" e não só
George Amberson nunca chega a perceber-se como principal força motriz do  trenó onde a família embala para o abismo. Em “The Magnificent  Ambersons”, no entanto, a gutural voz do narrador e realizador Orson  Welles assinala-nos desde o início a triste inevitabilidade desprezada  pela soberba do petiz da opulenta família. O filme retrata, assim como o  livro, a ascensão da burguesia trabalhadora e o declínio de algumas  famílias teimosas em manter um presente impossível porque exclusivamente  radicado no passado. A industrialização chegara, e com ela, a justa  mobilidade social. Claro que este romance acentua os extremismos de um  processo nem sempre tão violento. O traquina George é o arquétipo do  menino mimado que assume a necessidade de não fazer nada na vida, a não  ser estar pr’aí. O bem-parecido Eugene é o homem de negócios auspicioso,  investidor e co-inventor de uma tecnologia que permite andar em coches  sem cavalos. O óbvio fica-se por aqui. A família Amberson nunca é  retratada como vil, mas como ausente de uma comunidade cada vez mais  viva e activa. Escolhendo o alheamento por via do amor ao reprovável  George, os Ambersons vão naufragando na voragem dos caprichos do jovem. A  sociedade, longe da santidade, não perdoa. Na América não há  aristocracia, logo, não há intocáveis. De uma forma também ela algo  reprovável ma non troppo, a comunidade de pronto arreganha os dentes  quando sente fraqueza. Não com revoluções e muitos tiros como se fazia  Europa, mas com regozijo no bater de palmas ao naufrágio há muito  anunciado. Numa comunidade os papéis vão sendo reciclados, mas os  Ambersons não sabendo reinventar-se, clamaram por imolação. George terá  sido, afinal, o Escolhido.
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