2.04.2010
Adultícia
Grande parte do caminho da adultícia passa por deixarmo-nos de merdas. Seja o nacionalismo, o rato Mickey ou igualitarismo, só com maturidade e calos no cérebro se consegue perceber que a manipulação faz parte da nossa educação, embora tenhamos o poder de escolher caminhos e deixar na caixinha de memórias os dias em que acreditávamos que o menino Jesus deixava prendas no sapatinho. A república e a sua implantação foi-me ensinada seja na escola ou pela televisão como a melhor coisa que podia ter acontecido a Portugal, a seguir ao 25 de Abril. O país pára com afã para comemorar a construção da antecâmara do Estado Novo, para depois festejar, com lágrimas nos olhos, o fim deste. Alguém faça o diagnóstico, por favor. E agora vêm-me com merdas de que ai, ui, a República é que tem sido tão boa para todos. Começou logo mal quando se matou um tipo de seu nome Carlos que além de bom ar, aparentava ser porreiro e mais letrado do que a maioria (todos?) dos políticos que cantam as balelas do centenário. Não contentes mataram-lhe o filho. Foda-se, pá.Assim, não. Mas vá, gosto da ideia republicana de que qualquer um pode chegar ao topo. Aliás, se há coisa que deu gozo foi ver o atrapalhado George W. chegar a presidente e ver os democráticos e republicanos europeus assanharem-se contra a decisão estapafúrdia do povo americano. Um pouco o desprezo que Hitler, do alto da sua sobranceria europeia-ariana, fazia questão de mostrar nos seus discursos. Há coisas que não mudam. Mas os tempos sim. E as novas gerações, para o bem e para o mal vão ser mais fodidas de manipular, porque se estão a cagar para os discurso enformadores e ideológicos. E aqui os meus resquícios de merdas que ainda não deixei para trás reavivam: anarchy in the small rectangle!
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