1.31.2010

Areias movediças

Gosto do termo movediço. E que dizer da moral movediça das empresas de areia para gatos que asseguram que um saco dá para um mês? Sim, claro...

O Verbo

Verbalizar é uma palavra feia, mas necessária nvojargão da psicologia, como pistão no da mecânica. Ambos os vocábulos, estranhos de pronunciar e feios na fonia. Mas necessários... Como dizer que um sujeito falou de tal forma, que expôs em discurso um sentimento? Verbalizou. Pôs em palavras o que lhe vai na alma. Não sendo uma acção vulgar,é tão específica que requer uma forma cirúrgica de assinalar. Um trabalho sujo que o verbo verbalizar assumiu.
O mundo é um lugar estranho e vai daí, existem pessoas que acham piada à palavra verbalizar. Então é um vê se te avias a utilizá-la, nas suas mais nefandas formas verbais, substituindo sem pudor o muito mais elegante e bonito "dizer".

1.23.2010

Só Hoje

Abri a edição especial do Bleach, em vinil. Trazia um concerto de 2 de Setembro de 90. Habituado às bootlegs de má qualidade dessa altura, não estava à espera de tremendo concerto. Puro Punk Rock Americano de Aberdeen.

1.17.2010

Pressões à pressão

Vivemos num país onde quem não sofre pressões não é nada. É essa, possivelmente, a razão pela qual Jorge Jesus gosta que o Benfica jogue aplicando pressão alta. Dessa forma nenhum adversário se sente diminuido ainda que derrotado copiosamente.
O Bruno Nogueira disse numa recente entrevista à Sábado que sofre "pressões camufladas". Ora bem, além disto ser um oxímoro ao nível de qualquer poeta com aspirações à imortalidade, ainda me pôs a reflectir sobre pressões camufladas a que sou sujeito. Como quando me deixam comentários explicando como não gostaram do escrevi. Quando me dizem que determinado tema está demasiado batido. Que não tenho jeito para isto. Mas... Afinal isso são apenas opiniões, não pressões.

1.15.2010

Do que se trata não sei

Só sei que já vai tarde.

Inglourious Basterds
Gran Torino
Doubt
Rachel Getting Married
500 Days of Summer
Changelling
Defiance
Let The Right One In
Martyrs

Sem ordem de preferência, a não ser o primeiro se calha. O último é o pior ao nível de um gajo se sentir enmacacado.

1.08.2010

Censura

A hipocrisia é uma ferramenta indispensável à sã convivência entre seres humanos e, se olharmos com atenção, até entre alguns animais. Escuso de entrar por grandes explicações porque já todos dissemos coisas que não queríamos apenas para evitar dispêndio maior de energia num estapafúrdio conflito. Custa menos libertar um pouco mais de bílis no organismo (até faz bem) do que vomitar impropérios em cima de pessoas muitas vezes inocentes da má disposição por elas activadas. A hipocrisia dizia eu... Uma espécie de autocensura que nos impede de ser frontais e francos todo o tempo. Custa a aceitar, mas dá um jeito do caraças.

Mas há alturas em que a autocensura começa a ser perigosa. Quando censuramos comportamentos, opiniões, ideias, só porque sabemos que contraria determinada pessoa ou entidade. Actos menores, como o da hipocrisia, devem ser utilizados com moderação porque se não transformamo-nos em figuras de cera. Piso gelo fino quando misturo hipocrisia e auto-censura, mas faço-o não para os usar como sinónimos, mas para lhes extrair um ponto comum: o fingimento. Encontro fingidores de pensamento que de tanto defenderem as causas de uma sociedade progressista, esquecem o verdadeiro sentido da liberdade e do orgulho individual, vendendo por um ufano slogan a sua dignidade intelectual.

A globalização tem coisas más. E uma delas é a pusilânime consciência moralista global, composta por pessoas que não se respeitam a si próprias e fingem que respeitam mais o mundo e a humanidade do que o resto da escumalha. Censuram os pensamentos diferentes que têm, não vá alguém perceber o cérebro em causa, e fingem concordar com o que abominam, num movimento de auto-preservação tão complexo como dispensável.