Acompanho a Voz do Deserto desde que conheço a blogosfera. Panque roque, metal e religião chamaram-me a atenção numa altura em que o meu ateísmo era quase militante. O punk pode ser cristão? Sim, eu conhecera os No Innocent victim, hardcore extremamente cristão. Mas os gajos eram um pouco broncos... O Cavaco parecia um tipo porreiro. Um tipo porreiro, cristão do catano e punk? Arre diabo, que nunca disto eu havia visto.
O salmo 119, e outras cenas das missas de Domingo haviam de ser recordadas pelas oportunas e bem esgalhadas analogias entre Bíblia e Roque, Deus e Música.
Com o tempo o entusiasmo vai decrescendo, até porque com o reconhecimento tamanho pelo seu trabalho, Tiago Cavaco tornou-se às vezes insuportável no seu blogue (as dores de cotovelo que me afligem não se comparam ao insuportável que se tornaria este blog caso o meu nome aparecesse... Sei lá, no correio da manhã a dizer que tinha sido apanhado com excesso de álcool a caminho do trabalho.)
Mas a esperança é a última a morrer, e as visitas diárias à Voz continuaram. A perserverança foi recompensada: Tiago Bettencourt acha a música de Tiago Cavaco ofensiva. Eia! Still on the right track. Sim, simples quanto isto. Há que saber interpretar os sinais.
Além disso há uma história desse jovem que quero partilhar. Numa pré apresentação informal do álbum seca dos Toranja numa ruela do Bairro Alto... No fim da apresentação Tiago Bettenecourt terá dito: Esta música sairá num álbum que vou editar com a minha banda. O meu amigo Francisco riu-se muito (não se pode dizer que estivesse plenamente sóbrio) e perguntou com pertinácia entrecortada por riso escancarado. "O quê? Tu vais editar isso?"
9.04.2008
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