Se nesse dia não tivesse calçado os sapatos de camurça, tudo teria acontecido da mesma maneira. Tropeçaria da mesma maneira, comeria o pó do chão com a mesma sofreguidão (a inexistente) e as feridas não passariam de pequenos arranhões.
Se olhasse para onde anda ao invés de ir sempre com a cabeça na lua, tudo teria corrido acontecido na mesma, porque ao olhar para onde caminha, uma série de coisas aconteceriam para que o tropeção lhe entortasse o pé esquerdo fazendo-o cair pronto a degustar o pó do chão. As feridas, essas seriam de pouca monta.
Se vestisse camisolas grossas, todas as coisas que lhe iriam acontecer aconteceriam. O calor, o desconforto, ou o calor e o conforto da camisola proporcionar-lhe-iam um vôo nada estético para enorme prato de pó com pó. As feridas, nada de assinalável. A camisola prevenira o corte profundo daquela pedra saliente.
Se fosse de carro, a queda e tudo mais aconteceriam exactamente como deveria acontecer. O pé desenharia um ângulo obtuso com a perna quando empancasse naquela parte do carro em que a porta encaixa quando fecha (sim a parte de baixo)e nem o puxador impediria o encontro com essa iguaria que é o pó da terra. As feridas, iguais a todas as outras já descritas, teriam apenas uma atribuição diferente: " a porra do carro."
Se ficasse em casa, os acontecimento relativos a quedas e feridas insignificantes seriam os mesmos. O excesso de cera no chão facilitaria por breves momentos o desafio das leis da gravidade.Enquanto o corpo estivesse em suspensão, haveria tempo para contemplar o vaso com aquela magnífica terra que se servia de alimento para uma planta, também podia servir para provar a um ser humano...
1.18.2008
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